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Editorial - Independência ou morte!
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Independência ou morte!
Independência ou morte!

EditorialEdição 67507/09/2016

Se ninguém percebeu, hoje é feriado. O impagável Ronald Golias, num show humorístico de 1967, ao lado de Carlos Alberto de Nóbrega na sua Escolinha do Golias, onde este fazia o papel de professor e ele de aluno, respondia-lhe que era feriado porque “fechava o comércio”. Indagado sobre o porque de o comércio fechar, o aluno respondeu ao professor que ele não tinha como saber, porque não era o dono da lojinha. Na verdade, naquele ano de 1967 todo mundo sabia porque era feriado. O Sete de Setembro era o Dia da Pátria, no jargão militar que vigorava na época. Havia festa pelo país inteiro. Escolas desfilavam com seus alunos sob sol quente, ou mesmo chuva torrencial, assim como os tanques de guerra dos diversos batalhões militares. Até a então famosa Esquadrilha da Fumaça fazia seus shows pelos céus de algumas capitais do país. “Marco extraordinário/sesquicentenário da Independência/potência de amor e paz/esse pais faz coisas/que ninguém imagina que faz”, dizia uma marcha encomendada a um autor pelo governo militar para comemorar os 150 anos da Independência em 1972. Ninguém se lembra dessa marchinha, que todo mundo assoviava pelas ruas na época. 
Aliás, parece que ninguém se lembra porque hoje, 7 de Setembro, é feriado nacional e não é porque o comércio fecha. O Dia da Pátria pouco é lembrado nas escolas do país, mesmo que fosse para mentir aos alunos dizendo que D. Pedro, que ainda não era o Primeiro, levantou uma espada, arrancou sua insígnias portuguesas, para gritar “Independência ou Morte” às margens de um riacho chamado Ipiranga, há 194 anos, faltando apenas 6 para completarmos o bicentenário de um ato que, na verdade, não houve levantamento de espada e possivelmente grito algum, mas que fazia nosso imaginário dos anos 70 levar-nos ao orgulho supremo, a ponto de assoviarmos a marchinha do governo militar pelas ruas, sem qualquer constrangimento, muito pelo contrário. Quem sabe, daqui a seis anos, lembremo-nos que estaremos completando 200 anos da Independência do Brasil, assoviando pelas ruas, nem que seja um funk comemorativo.


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