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Editorial - E ainda há Natal
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E ainda há Natal
E ainda há Natal

EditorialEdição 69021/12/2016

Há vários anos o chamado espírito natalino vem decaindo. Percebe-se claramente nas ruas. Mesmo num recente período de certa euforia ilusória com a economia do país, sobretudo das classes sociais mais sofridas, não se via o mesmo espírito festivo, companheiro, solidário, de muitos anos atrás. Desapareceram as competições pelas casas mais enfeitadas, a decoração das vias públicas, a cada ano, parecia não transmitir mais a sensação de paz e alegria que os mais velhos – e bota mais velhos nisso – certamente sentiam quando ainda se permitia às crianças acreditarem em Papai Noel. O país empobreceu não apenas no campo da economia, mas da própria filosofia que existia no interior de cada brasileiro. Nos dias atualíssimos, vemos as notícias da desesperança dos comerciantes nas suas vendas de fim de ano nas reportagens da TV, seguidas imediatamente de novas revelações das delações premiadas dos presos da lavajato ou de quaisquer outras operações policiais, as quais são seguidas, no mesmo noticiário, das notícias sobre a prisão de ex governadores que até recentemente exerceram suas governanças, ex deputados, ex senadores e senadores, prefeitos e vereadores recém ungidos pelas urnas há menos de três meses. Num passado não muito distante, o brasileiro vibrava com o “país que vai prá frente”, para logo a realidade jogar-lhe na cara que aquele país torturava nos porões de um regime onde o guarda da esquina pensava que tinha poder de vida e morte sobre quem cruzava a rua, cidadãos cujos crimes, na maioria das vezes, era o de, apenas, simpatizar-se com a barba de Fidel Castro. Recentemente, esse mesmo brasileiro ou seus filhos, tivemos jogados na nossa cara que o “país da erradicação das desigualdades sociais, da fome zero, da Educação acima de tudo” escondia sob seus slogans as atividades da maior quadrilha de assaltantes do erário público, até agora não completamente desbaratada, e que não existem mais os tais três poderes harmônicos e independentes entre si, mas um engalfinhamento de um poder pretendendo sobrepor-se aos outros, tanto quanto membros de quaisquer deles tentando puxar para si os holofotes da mídia, nem que tenham de dar carrinhos por trás nos seus colegas de time. Não é a toa, muito menos não é apenas por causa da economia ruim, que vivemos um dos mais tristes Natais da nossa história. Mas, ainda assim, é Natal. 

 


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