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Editorial - Ridícula demagogia
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Ridícula demagogia
Ridícula demagogia

EditorialEdição 70008/03/2017

Caxias do Sul, conhecida cidade da serra gaúcha pela excelência de seus vinhedos e famosa pela Festa do Vinho, viu-se lembrada pela imprensa, na semana passada, quando seu prefeito récem-empossado resolveu fazer demagogia a nível nacional às custas de um médico que presta serviços ao município. Chamando a imprensa puxa-saquista do lugar para testemunhar o glorioso ato, o prefeito fez uma suposta visita surpresa (que não teve nada de surpresa, até mesmo porque já sabia o que iria encontrar e o que iria fazer) a um posto de saúde num bairro da cidade, no qual deveria haver um médico de plantão que, já sabia de antemão, não seria ali encontrado. Pegando o telefone, com sua trupe gravando, ligou para o tal médico e esculachou-lhe, mandando transmitir o esculhaço a nível nacional via sites da internet. No corredor, 16 pacientes estariam aguardando pelo atendimento do médico que não compareceu ao serviço. A ligação foi feita do telefone fixo do posto de saúde, e não dá para ouvir o que o médico disse-lhe em resposta à bronca que estava levando. O prefeito pergunta porque ele não está atendendo, já que seria seu dia de plantão. Não se sabe a resposta que o médico deu para sua falta ao serviço, porque não foi registrado. Pode ter faltado por problemas familiares ou por simples vagabundice, embora o motivo tenha sido o fato de ter aderido a uma paralisação generalizada dos médicos contra o ponto eletrônico nos plantões, mas certamente terá aquele dia de plantão descontado. 
O desconto é correto, até mesmo uma advertência ou a rescisão do contrato de trabalho poderia ser correta. O que não é correto é um prefeito querer aparecer na mídia nacional e fazer demagogia para seu eleitorado mais humilde, ofendendo um profissional publicamente e mandando publicar o ato demagógico e ridículo na página do facebook oficial da Prefeitura para que disseminasse por toda a rede mundial de computadores. Administração séria não se faz assim. Servidor público merece respeito, seja ele um simples gari ou um médico. O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul considerou um desrespeito, falta de ética e assédio moral do prefeito face ao médico, e tem razão. Vai processá-lo. No passado, tínhamos prefeitos cujas cidades ganhavam as manchetes por suas realizações ou pela corrupção de suas administrações. Com as redes sociais, passamos a ter prefeitos que ganham as manchetes por demagogia ridícula.


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