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Editorial - Na pele
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Na pele
Na pele

EditorialEdição 60927/05/2015

Diz um antigo ditado popular que “pimenta na boca dos outros é refresco” (há variações menos, digamos, cavalheirescas). É dever da imprensa noticiar os fatos, bons ou ruins, que ocorrem ou afligem no meio social. Dentre esses fatos, encontra-se a ocorrência de eventuais – ou comuns – atos criminosos. Contudo, o normal é noticiar-se fatos que ocorrem com os outros: um furto ou roubo ocorrido num estabelecimento comercial, um homicídio proposital ou involuntário que vitimou um cidadão ou cidadã. No último fim de semana, o IN sentiu na própria pele as consequências de um ato criminoso, e, cumpre seu papel de imprensa de noticiá-lo nas páginas dessa edição. Na madrugada de sábado para domingo um telefonema da Policia Militar ao diretor do IN dava a notícia de que a sede da sua redação fora invadida por um ou mais elementos que, além de fazerem uma bagunça no seu interior, furtaram diversos equipamentos. Até o fechamento dessa edição os responsáveis pela inesperada – e indesejada – visita noturna não foram identificados, muito menos, obviamente, presos. É comum que os cidadãos que tenham suas residências ou locais de trabalho invadidos por ladrões se revoltem com mais virulência do que aqueles que, apenas, sentem-se atingidos indiretamente por saberem que, desta vez, foi o outro a vítima, mas da próxima poderão ser vítimas os agora espectadores. Na verdade, não nos revoltamos por termos sido a vítima da vez, até mesmo porque o número de ocorrências policiais que chegam, semanalmente, à nossa redação já seria suficiente para a revolta. Já comentamos nesse mesmo espaço a tristeza de vermos belas casas de cidadãos que batalharam duro na vida para um dia construí-las, terem de cercá-las de altos muros ou grades e pagarem não menos altos honorários por serviços de segurança privados, quando já pagam muito e muito alto para que o Poder Público lhes preste a segurança que, pela Constituição Federal, todos temos direito e o Estado tem obrigação de nos garantir. Não, não passaremos a defender a pena de morte para ladrões, porque fomos vítimas de um ou alguns deles. Se forem menores, também não é por isso que defenderemos a redução da maioridade penal, embora, talvez, possamos até a vir defendê-la por outros motivos. Mas, uma coisa é certa: nunca, em nossas páginas ao longo desses quase 12 anos de existência, achamos que pimenta na boca dos outros seja refresco. Sempre achamos que arde, e muito. Agora, temos a certeza disso.


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