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Editorial - Pobre Deodoro
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Pobre Deodoro
Pobre Deodoro

EditorialEdição 73615/11/2017

No exato momento em que essa edição do Itajubá Notícias chega às bancas, o Brasil está em pleno feriado em comemoração aos 128 anos da Proclamação da República. Aprendemos nos primeiros anos do ensino fundamental – antigamente chamado de primário – que jovens idealistas, sob o comando de um garboso Marechal chamado Deodoro da Fonseca, este montado em seu belo cavalo, derrubaram a anacrônica e corrupta Monarquia Brasileira chefiada por D. Pedro II durante um evento no Campo de Santana – depois denominado Praça da República, mas que todos os cariocas continuam a chamar de Campo de Santana – no Rio de Janeiro. O passar dos anos e o senso crítico vai, aos poucos, derrubando as histórias oficiais de heroísmo,  e, 128 anos depois, muitos historiadores trazem a releitura do que, realmente, acontecera. Não houvera heroísmo algum. Jovens professores, advogados e jornalistas da época, liderados por Benjamin Constant, apoiados por grandes fazendeiros insatisfeitos com a atitude da princesa Isabel de libertar os escravos um ano e meio antes, procuraram na figura de um respeitado Marechal do Exército (naquela época havia Marechal), e lhe disseram a mentira (“fofocando”, no dizer do historiador Eduardo Bueno) de que o Visconde de Ouro Preto, presidente do Parlamento, nomearia um arqui-inimigo do Marechal Deodoro, o gaúcho Gaspar Silveira Martins,  para o cargo de 1º ministro. O golpe contra a Monarquia não teria ocorrido não fosse o ímpeto de Benjamim Constant e as mentiras dos republicanos com o apoio dos escravagistas, que retirou da cama Deodoro da Fonseca doente, sem conseguir levantar-se e se por de pé sem ajuda de terceiros há muitos dias, o jogassem em cima de um cavalo para mostrar às tropas – que não respeitavam Constant ou seus amigos, mas respeitavam o Marechal – e ir para a frente do Quartel-General do Exército, onde estavam Ouro Preto e seus ministros. Não era longe: a casa de Deodoro ficava a poucos metros dali. Deodoro foi para lá não para derrubar a monarquia, mas para derrubar Ouro Preto e seus ministros. Foi Benjamin quem correu para a sede do Parlamento e entrou gritando que a República estava proclamada e quem comandou, na madrugada, a expulsão do imperador D. Pedro II e sua família do país, para consolidar o golpe. Nossa República começou de uma forma tão torpe, sem qualquer apoio popular, que tiveram que pintar Tiradentes lembrando a imagem de Jesus Cristo para criar um herói, já que nenhum dos golpistas seria visto como herói pelo povo. Pobre Deodoro, o suposto republicano mais monarquista que esse país conheceu. Não queria derrubar D. Pedro, queria derrubar Ouro Preto e foi enganado. Não serviu nem para patrono do Exército, título que ficou com o monarquista Luiz Alves, o Duque de Caxias.


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