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Editorial - Cop21: muita conversa e nenhuma solução
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Cop21: muita conversa e nenhuma solução
Cop21: muita conversa e nenhuma solução

EditorialEdição 63816/12/2015

Não fazem muitas décadas, a vizinha cidade de Maria da Fé, distante cerca de apenas 22 km de Itajubá serra acima, recebia milhares de visitantes no inverno, que lá iam para ver......neve. Você não leu errado, não. Era para ver neve, mesmo, aqueles floquinhos caindo do céu, como nos Natais de Nova Yorque, só que no mês de julho. E viam. Não apenas em Maria da Fé, mas também em Campos do Jordão, aqui pertinho. Não há mais neve em Maria da Fé. Aliás, parece que não há mais nem casa com lareiras, para as famílias se aquecerem no inverno, até porque o inverno de hoje, nem de longe lembra os invernos daquele passado não tão distante. Efeito da elevação da temperatura mundial ao longo desses anos. Há 23 anos, o Rio de Janeiro sediou a famosa RIO 92 (ou ECO 92), uma conferência sobre o desenvolvimento sustentável, que envolveu, naturalmente, a questão do clima com preservação da natureza, que trouxe para cá as grandes lideranças político governamentais do mundo na época, em plena crise política do governo Collor de Melo. 
Discutiu-se o tal efeito estufa, o buraco na camada de ozônio, a emissão de gases poluentes, os desmatamentos. Em 23 anos, pouquíssima coisa se fez para salvar o planeta dos efeitos disso tudo. No último fim de semana, terminou a COP 21, outra conferência mundial sobre o clima, que contou, na abertura, até mesmo com a presença da presidente brasileira, coincidentemente enfrentando crise política interna como a que seu antecessor vintenário enfrentava em 1992, só que sem a saia justa de ser a anfitriã dos seus colegas do resto do mundo. Da última conferência, saiu mais um documento bonito, aplaudido por todos os presentes, merecendo pronunciamento da sacada dos seus aposentos no Vaticano, até do Papa Francisco. 
Preocupa-se o mundo com a elevação da temperatura média ao longo dos últimos e dos próximos anos, quando poderá chegar a 5 graus centigrados, se nada for feito para impedir tal desastre. Para se ter uma ideia do que isso significaria, basta que retiremos um cubo de gelo do congelador da nossa geladeira, que está a 0 graus, e o acondicionemos numa caixinha de isopor pré aquecida a apenas 5 graus. O cubo derreterá rapidamente, e isso é o que vai acontecer com as geleiras dos pólos, se houver o tal aquecimento por lá. Simples assim. A elevação do nível do mar nas costas brasileiras, certamente devolveria para Mariana toda a lama que a Samarco mandou para o Atlântico algumas semanas atrás.  
O problema é que o documento bonito não diz, nem impõe aos países cujos nobres representantes assinaram, quais as medidas que se obrigariam a tomar para evitar o desastre, muito menos impõe sanções àqueles que continuarem a deixar as coisas como estão para ver como ficarão. Os povos de todos aqueles países gastaram uma nota preta para mandarem para Paris, hospedarem-se em caríssimos hotéis e desfilarem em limusines, seus representantes e coadjuvantes, para, em verdade, não decidirem, com efeitos práticos, nada, absolutamente nada. Porque, para dizerem ao mundo, num belo documento, que estamos derretendo, não precisava tanto: bastaria que divulgassem o assustador aumento das vendas de aparelhos de ar condicionado até entre os pinguins.

 


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