O ministro Herman Banjamin, do Tribunal Superior Eleitoral, tem uma bomba nas mãos: se decidir que estaria comprovado que a campanha da petista Dilma Roussef para a presidência em 2014 foi abastecida com dinheiro ilegal, proveniente de propina, como querem o PSDB e seus aliados, cassará o registro de sua candidatura. Isto, na verdade, pouco importaria, porque cassada e inelegível já está Dona Dilma desde o ano passado. O problemão está no fato de a cassação do registro atingir ou não o então candidato a vice, hoje presidente, Michel Temer, do PMDB.
São quase unânimes as decisões de juízes e tribunais eleitorais brasileiros de que o vício que afeta a eleição do titular, afeta também a do vice na sua chapa, e vice-versa. Não são poucos os casos em que candidatos a vice cometeram bobagens na campanha, teve seu registro cassado e levou na onda o titular. Agora, o ministro Benjamin terá que decidir também se, no seu entender e caso decida que houvera, sim, irregularidade na grana que abasteceu aquela campanha eleitoral, isto atingirá também o vice. Se decidir que sim, Michel Temer, sabe-se-lá quando (e isto aqui não importa), terá seu mandato cassado, mas o ministro estará seguindo a tradição das decisões tomadas em casos semelhantes pela Justiça Eleitoral. Se decidir que não, poderá até fundamentar muito bem seu voto, mas terá que ser acompanhado pela maioria de seus colegas na Corte, e enfrentar as esperadas acusações da imprensa anti-Temer, que o critica até por não gostar do Palácio da Alvorada e não perde a oportunidade de até meter o nome de seu filho de sete anos na politicalha, de estar protegendo o peemedebista. A cassação de Temer é o sonho dourado de Dilma Roussef e do PT.
Nessa semana, enquanto a defesa de Temer tenta desvincular juridicamente a verba e a contabilidade da campanha do vice da grana que abasteceu a campanha da petista, Dilma mandou seus advogados argumentarem que as verbas estão vinculadas, sim senhor, para comprometer o peemedebista. A intenção é clara, e tem dois objetivos: da parte de Dilma, o exercício da vingança “maligrina”, na expressão de Bento Carneiro, o impagável vampiro brasileiro de Chico Anysio; da parte do PT, provocar eleições suplementares para a presidência, quem sabe ainda nesse ano, quando lançará Lula candidato, antes que seja condenado – se o for – em quaisquer dos processos que responde na Justiça Federal.
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