Com a vitória contra o México, na última segunda-feira, passamos para as quartas de final na Copa da Rússia e vamos enfrentar a França na próxima sexta-feira. Fora a Argentina e Alemanha, além da Itália que sequer participou do Mundial deste ano e ultrapassado o México, o Brasil não se deparará com adversários históricos até a final, se chegar lá. Será, apenas, mais uma semana de sofrimento, se passarmos da atual. Venham os resultados que vierem, voltaremos à realidade brasileira: governo repudiado por amplíssima maioria dos brasileiros pelos próximos cinco meses e meio, uma crise política quase sem precedentes que coloca um candidato que preconiza o preconceito e a violência do Estado face ao cidadão se contrapondo a um, talvez, pseudocandidato hoje encarcerado porque condenado em duas instâncias do Judiciário por corrupção, mas que ainda detém a ‘preferência’ de um terço do eleitorado, segundo pesquisas sérias, para a disputa à Presidência da República, além de velhas raposas ou lastrados em velhas raposas da política que o brasileiro diz querer combater, com grandes chances de entrar ou permanecer no Legislativo, como demonstram, também, pesquisas sérias, em Minas Gerais, com uma ex-presidente cassada democraticamente e um envolvido em acusações seríssimas de corrupção à frente na corrida pelas cadeiras postas em disputa no Senado pelo Estado. Para a Câmara Federal, o retrato não é diferente. Ao contrário do que podem querer acreditar os mais crédulos numa suposta renovação, essa não acontecerá. Os políticos que ocupam as mais de 500 cadeiras naquele Plenário, atualmente, estão, firmemente, postando suas propagandas políticas nas redes sociais e, por incrível que possa parecer, recebendo muitos ‘likes’ e até comentários de apoio. A efetiva candidatura de Lula, o possível pseudocandidato, estará nas mãos do Supremo Tribunal Federal. Se a Corte, como pretendem os advogados do preso condenado, conseguirem suspender os efeitos da condenação até que todos os recursos sejam julgados, Lula não apenas será, efetivamente, candidato, como tem grandes possibilidades de se eleger e, daí, ninguém sabe que acontecerá nesse país. Um propalado golpe militar é quase que impossível de se efetivar. O Congresso terá que autorizar a continuidade dos processos contra ele, que terão que ser paralisados até o término do seu mandato. Se Lula e o PT não conseguirem isso, poderemos vir a ter um presidente da República que é quase alinhado à extrema direita ou, quem sabe, seja a vez de uma Marina Silva, da qual não sabemos, exatamente, o que esperar. Estamos entrando nas retas finais do campeonato de futebol e, também, das eleições. No primeiro, certamente haverá um vencedor, e é possível que a seleção brasileira o vença. Resta saber se os brasileiros poderão comemorar, de fato, alguma vitória no segundo.
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