Nem sempre o ditado popular que intitula este editorial é verdadeiro, principalmente em tempos como os que estamos vivendo. E não é de hoje que os vivemos. A construção do aeroporto de Itajubá ainda parece o sonho possível. Até cerca de dois anos atrás, os baianos do sudoeste do estado pouco acreditavam que, de fato, viria a ser inaugurado e efetivamente funcionasse, um dia, o aeroporto de Vitória da Conquista, nada menos que a terceira maior cidade daquele estado, tanto em população como na contribuição para sua economia. Desde julho deste ano, jatos já decolam do Glauber Rocha para São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Brasilia e Salvador, substituindo os pequenos ATR72 da cia aérea que se utilizava do pequeno aeroporto anterior. Não foram poucas, ao longo de décadas as promessas de construção do novo e moderno aeroporto conquistense. Nossa Itajubá, polo industrial do Sul de Minas, espera por seu aeroporto desde que Rosemburgo Romano, no início da década de 1970, transformou a pista do aeroclube do bairro Santos Dumont no nosso primeiro distrito industrial, dando o ponta pé inicial numa nova fase do desenvolvimento da cidade, quando as indústrias têxteis e alimentícias daqui já davam sinais de sucumbirem às grandes corporações de fora, que levaram a substituição da chita ou do linho pelos jeans e do macarrão caseiro pelo nissin. E não foram nem são poucas as promessas de um aeroporto para Itajubá, assim como a promessa da eterna estrada que ligará – ou ligaria – nossa cidade a Campos do Jordão, mas isso é outra (triste) história. Nosso aeroporto começou a ser construído, com vivas e fogos, e.......parou. Não foi por ação do IBAMA, nem suspeitas de irregularidades do TCU. O que faltou foi dinheiro. Faltou o dinheiro que deveria, e não estava, reservado para o início, o fim e o meio da obra, sem querer parafrasear Raul Seixas. Mas, se a esperança é a última que morre, o senador Carlos Viana anunciou que destinará nada menos do que R$ 55 milhões de reais para que a obra seja continuada e, quiçá, concluída. O prefeito Rodrigo Riéra, contudo, não confia muito em que esse dinheiro, se não ficar apenas na promessa, seja disponibilizado com a rapidez necessária “devido às oscilações e burocracia política” que o envolvem, mantendo o pé no chão. Está cada vez mais difícil sustentar a vida dessa nossa esperança.
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