Diretor do Hospital das Clínicas fala ao Itajubá Notícias sobre transferência da maternidade para o primeiro andar

A partir desta quarta-feira (25), a maternidade do Hospital de Clínicas de Itajubá estará com os seus leitos funcionando no primeiro andar. Foi uma das medidas adotadas pela diretoria do hospital para que pacientes com suspeita de contágio do novo coronavírus (Covid-19) sejam atendidos. O diretor do hospital, Rodolfo Souza Cardoso, explica que foi feito um isolamento de fluxo onde a maternidade funcionava. “Ela foi desativada e transferimos os leitos para o primeiro andar. A área física da atual maternidade é independente, tem consultórios para atendimentos rápidos como inalação, hidratação, além da área de internação onde iremos instalar leitos de terapia intensiva também”, disse o diretor clínico.

O espaço, denominado Unidade Especializada em Síndromes Respiratórias Agudas e Covid-19 terá: 2 salas para triagem; 3 consultórios; 3 leitos de observação, 2 leitos de urgência adulto e  1 infantil; 4 leitos de UTI adulto e 1 infantil; 16 leitos para internação adulto e 4 infantil; além de salas de medicação.

Comitê de crises
Desde o dia 16 de março, o Hospital de Clínicas de Itajubá conta com um Comitê de Crises especificamente para o coronavírus. “A doença já era uma realidade, com a pandemia chegando ao Brasil. Esse comitê foi criado entre a diretoria do Hospital e membros do serviço de infecção hospitalar. O médico responsável infectologista, Dr. Gaspar, e a enfermeira da infectologia, Cristiane, estão no comando e administração desse Comitê. Diante disso, nós começamos trabalhando na primeira fase da doença que é a de contingenciamento, tomando medidas baseadas nos decretos do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde do Estado de Minas Gerais e também em conjunto com a Secretaria de Saúde do município de Itajubá, através do secretário Nilo”, explica Rodolfo, que completa: “a realidade e intenção do Hospital é dialogar da melhor maneira possível a melhor saúde para a cidade de Itajubá e a sua microrregião. Participaram também o prefeito, Rodrigo Riera, que é o nosso grande parceiro, o vice-prefeito, Christian, e precisávamos também da participação do departamento jurídico, tanto da Prefeitura como do Hospital, para a melhor estratégia visando o contingenciamento”, aponta o diretor.
Rodolfo comenta ainda sobre os estágios da doença. Segundo ele, é de conhecimento mundial que, quando você está dentro do coronavírus, a fase final em que o paciente gravemente enfermo se encontra, às vezes é necessária a terapia intensiva, pois ele tem um desconforto respiratório, mas nem sempre isso ocorre. "Não necessariamente ele precisa estar na UTI, mas precisa de atendimento hospitalar”, complementa.

Isolamento físico e atendimento de outras doenças
“O isolamento físico é fundamental para a não disseminação da doença. Por que? Porque o Pronto Socorro e o restante do Hospital têm que continuar funcionando para continuar recebendo os casos de pneumonia que precisam ser internadas, de causas não virais, portanto, não coronavírus. Temos ainda as inflamações abdominais de causas não-agudas como, por exemplo, a apendicite aguda, a pancreatite, a inflamação da vesícula, o infarto agudo do miocárdio, o acidente vascular cerebral, enfim, as outras urgências e emergências. Dentro desse plano de contingenciamento, foram também suspensas as cirurgias de média complexidade e eletivas”, destaca o diretor do Hospital de Itajubá.

Diminuição do fluxo e isolamento social
“Qual a finalidade disso? Diminuir o fluxo dentro do hospital, porque sabemos que a contaminação está diretamente ligada às aglomerações, aos contatos próximos. Tanto que hoje em dia a melhor maneira de prevenir é a lavagem sucessiva das mãos com água e sabão, o uso do álcool gel, o distanciamento entre as pessoas quando houver a necessidade de encontros e, principalmente, o ficar em casa que é o chamado isolamento social, que a cidade de Itajubá está vivendo. Nós, até o momento, não temos nenhum caso confirmado, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde e da Vigilância Epidemiológica. Temos 12 pacientes sendo monitorados, mas nenhum caso de coronavírus confirmado ainda em Itajubá, o que é uma coisa muito boa. Nós não temos o pulmão que os grandes países da Europa tem, assim como o Canadá ou até mesmo dos Estados Unidos", opina Rodolfo.

Ele explica ainda que esse contingenciamento do hospital é simplesmente para gente contribuir com a sociedade de Itajubá e das cidades circunvizinhas para que a gente possa dar o melhor tratamento possível aos pacientes que por ventura, possam vir a desenvolver a doença. Essas ações são diárias, o comitê reúne diariamente. Se houver necessidade de ações conjuntas nós estamos de portas abertas para acionar o Executivo da cidade. Esperamos que tudo isso passe da melhor maneira possível”, finaliza Dr. Rodolfo.

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