Tudo como d’antes, no quartel de Abrantes. Um ditado antigo que se aplica à Itajubá atual. Depois de o povo colaborar de todas as formas que pode para o distanciamento social, e as autoridades político administrativas, certamente amparadas por posicionamentos científicos de sua assessoria em saúde, concluírem que a vida poderia começar a voltar ao normal, havia um TAC no caminho. Discordando dos atos do prefeito, que flexibilizava a atividade econômica itajubense e o próprio acesso ao lazer da população, inclusive com reabertura de bares, restaurantes, academias e até Parque da Cidade, além dos salões religiosos, o representante do Ministério Público pediu que a Justiça fizesse com o que o alcaide cumprisse um acordo feito, e não permitisse o funcionamento de tais atividades que outras autoridades não consideram como essenciais. A Justiça atendeu o pedido, e o Quartel de Abrantes quase ameaça pegar fogo. Manifestação contra a decisão judicial, popular, levou representantes da sociedade civil organizada – entidades como a OAB e a AMAGIS -, a primeira representante dos advogados, a segunda dos juízes, a também protestar contra os protestantes.
A verdade nua e crua é que os brasileiros estão cansados. Estão cansados de ver debates na televisão sobre o uso ou não de um medicamento nacional e barato contra uma doença que está adoecendo o país em todos os sentidos – físico, psicológico, econômico, político – enquanto prefeitos proíbem que o cidadão circule em seu automóvel, mas permite que ele entupa com outros 70 cidadãos, cabines de ônibus ou trens de metrô. O brasileiro está cansado de servir de cobaia política numa guerra de vaidades entre aqueles que deveriam zelar pelos brasileiros e não por suas próprias “biografias” que, no final das contas, nada mais são do que a férrea vontade de sentarem-se uns nas cadeiras dos outros que tanto almejam, de receberem louros por suas posições “científicas” ou “jurídicas”. O buraco é muito mais embaixo e, se tudo continuar correndo como está, o quartel vai, sim, pegar fogo, e, mesmo com Francisco dando o sinal, ninguém vai conseguir acudir nem a bandeira nacional.
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