Momentos de tensão e isolamento causados pela propagação de vírus, infelizmente, não são inéditos na história. Em 1918, o mundo estava em guerra quando as primeiras notícias sobre a gripe espanhola começaram a aparecer.
As preocupações com a doença, no Brasil, se iniciaram quando a Missão Médica Brasileira, enviada à França para ajudar na prestação de socorro aos combatentes, foi acometida pelo vírus.
Naquele ano, navios que transportavam correio pelo mundo, aportaram em Recife, Salvador e Rio de Janeiro e traziam junto a influenza espanhola. Em pouco tempo, as cidades portuá-rias brasileiras foram atingidas pela doença, e logo se estendeu pelo território nacional. Os mortos chegaram às centenas.
A gripe espanhola instaurou terror no Brasil, acabou matando o presidente eleito Rodrigues Alves e paralisou o comércio e as escolas. Segundo historiadores, essa foi a maior pandemia do século XX e fez 50 milhões de vítimas.
Assim como vem sendo recomendado para lidar com a Covid-19, o objetivo era impedir a disseminação da doença.
Começaram as restrições, fechando escolas, cinemas, teatros, jardins e as igrejas tiveram que reduzir o público das missas. Os enterros de mortos não podiam ser acompanhados a pé e as compras de muitas famílias eram feitas por uma única pessoa, para reduzir os riscos de con-tágio.
Os médicos descrevem a gripe espanhola como o "maior holocausto médico da história". Após o ápice da doença, no final de 1918, novos casos caíram abruptamente. Uma das explicações para o rápido declínio da doença é a de que os médicos se tornaram mais eficazes na prevenção e tratamento da pneumonia que se desenvolvia após a contração do vírus. Outra teoria sustenta que o vírus sofreu uma mutação extremamente rápida para uma forma menos letal.
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