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Justiça decide que municípios mineiros vão ter que cumprir regras de distanciamento social
Justiça decide que municípios mineiros vão ter que cumprir regras de distanciamento social
No início da pandemia, Itajubá adotou o lockdown para controle do número de casos. Comércio foi reaberto com restrições; bares, restaurantes, lanchonetes e academias ainda estão impedidos
VariedadesEdição 87215/07/2020

A Justiça do Estado de Minas Gerais expediu na última quinta-feira (09) uma liminar que obriga municípios que não aderirem ao plano Minas Consciente a cumprirem normais de distanciamento social. Até o presente momento, Itajubá ainda não aderiu ao plano. O programa do governo do Estado estipula, entre outros fatores, critérios por causa da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). 
O requerimento foi deferido pela desembargadora Márcia Milanez, integrante do órgão especial do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). “Os municípios que decidirem, voluntariamente, pela abertura progressiva de suas atividades econômicas podem aderir ao plano Minas Consciente, previsto na Deliberação nº 19, do Comitê Extraordinário Covid-19. Contudo, caso não adiram ao plano, é necessário pontuar que os municípios permanecem adstritos ao teor das normas contidas na Deliberação nº17”.
Essa deliberação trata das medidas emergenciais de restrição e acessibilidade a determinados serviços e bens públicos e privados cotidianos, enquanto durar o estado de calamidade pública em decorrência da pandemia de Covid-19. Itajubá decretou estado de calamidade pública.
Segundo o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), as medidas de flexibilização promovidas de forma desordenada por um município impactam decisivamente o município-polo, onde normalmente estão concentrados os recursos de alta complexidade e produzem consequências em toda região de saúde. “Assim, percebe-se que as normas que consagram medidas de prevenção à Covid-19, no âmbito da atividade de vigilância epidemiológica, superam o nível local e devem estar a cargo do Estado, no exercício de sua competência normativa”. 
Entre as preocupações do MPMG está o crescimento diário do número de óbitos no Estado e relatórios técnicos o Centro de Operações de Emergência em Saúde (Coes-MG) apontando que, mesmo com a expansão ocorrida na rede de serviços, há risco concreto de esgotamento da capacidade instalada, em especial, leitos de UTI.
De acordo com o Ministério Público, a escassez de medicamentos anestésicos é outro fator que agrava o quadro assistencial. “Em contatos constantes com órgãos e entidades de saúde, foi verificado que a situação dos estoques do chamado ‘kit intubação’ é crítica e há relatos de hospitais públicos e privados sem estoque, tendo que suspender o atendimento de novos pacientes, adiando cirurgias cardíacas e oncológicas pela falta de medicamentos”. 

Minas Consciente
O programa “Minas Consciente” setoriza as atividades econômicas em quatro ondas (onda verde – serviços essenciais; onda branca – baixo risco; onda amarela – médio risco, onda vermelha – alto risco), a serem liberadas para funcionamento de forma progressiva, conforme indicadores de capacidade assistencial e de propagação da doença. 
Itajubá até o momento não aderiu ao programa. No início da pandemia, Itajubá adotou o lockdown para controle do número de casos. Comércio foi reaberto com restrições; bares, restaurantes, lanchonetes e academia ainda estão impedidos. Segundo o boletim epidemiológico da última segunda-feira (13), Itajubá tem 184 casos confirmados, 67 pacientes em tratamento, 66 em isolamento domiciliar, um hospitalizado e 114 curados.


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