Edição 1102 (08.01.2025): A verdadeira homenagem à democracia

No mesmo dia que esta edição do jornal Itajubá Notícias (IN) está chegando às bancas, a cúpula do Governo Federal, certamente incluindo a do Judiciário, e, provavelmente, do Congresso Nacional, deverão estar realizando um ato em homenagem – ou defesa, segundo eles – da democracia brasileira.

É o dia 08 de janeiro, quando completam-se dois anos da baderna ocorrida em Brasília, quando homens, mulheres, jovens, idosos e até adolescentes, saíram de seu acampamento em frente ao quartel do Exército, e invadiram os maravilhosos palácios de Niemeyer, construídos e mantidos com o dinheiro dos nossos impostos, assim como seus ocupantes, numa ação até hoje muitíssimo mal explicada (ou não explicada) pelos agentes do governo que acaba de assumir o poder, uma semana antes, que abriram as portas, cumprimentaram e até serviram aguinha gelada para os primeiros invasores.

A ação é vista, por quem interessa ver, como um ataque à democracia, porque os invasores estavam tentando dar um golpe de Estado, para derrubar o governo recém-instalado, que, aliás, nem estava em Brasília, já que os ministros da Suprema Corte estavam em férias, a maioria na Europa e Estados Unidos, o presidente da República numa cidade do interior de São Paulo, e os deputados e senadores espalhados por seus respectivos estados: era época de recesso no Parlamento, no Judiciário e, para completar, um domingo. Mas, esse é o discurso que vem vigorando na grande imprensa, a soldo de bilhões de reais, há dois anos.

Levamos mais de 150 anos para descobrirmos que D. Pedro I jamais brandiu qualquer espada no dia 07 de setembro de 1822, e que, na verdade, estava de calças arriadas atrás de uma moita, quando recebeu as cartas de Dona Leopoldina e José Bonifácio, os verdadeiros proclamadores da Independência do Brasil, dentre outras mentiras da história oficial.

Levaremos, ou melhor, nossos descendentes levarão, talvez, outro tanto, para que vejam a confissão da verdade do que ocorreu naquele 08 de janeiro de 2023, embora, já hodiernamente, a internet nos revele a verdade. Mas, haverá, ou está havendo exatamente agora, os atos dos donos do poder em homenagem à democracia relativa que criaram no Brasil. Se o povo comparecerá, é outra história, que não precisaremos de 150 anos para descobrir.