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Editorial - Saúde, propaganda e corrupção
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Saúde, propaganda e corrupção
Saúde, propaganda e corrupção

EditorialEdição 70512/04/2017

Na última semana reuniram-se na Universidade de Oxford, nos Estados Unidos, boa parte da elite política brasileira, incluindo representantes do Supremo Tribunal Federal que, em última análise, faz parte daquela elite. Dilma Rousseff falou sobre a canonização de Lula. Falou Gilmar Mendes do STF, falou Sérgio Moro da Lava Jato. Falaram outros potentados que viajaram às custas do contribuinte brasileiro, convidados para o evento. Dentre eles o ministro da Saúde Engenheiro Ricardo Barros (isso mesmo: engenheiro), que defendeu veementemente a redução dos exames pedidos pelos médicos do SUS, argumentando que 80% dos exames revelam situação “normal” do paciente e, seriam, portanto, desnecessários por trazerem altas despesas para o governo. “Os médicos jogam a responsabilidade para os exames, ao invés de realizarem bons diagnósticos”, disse o ministro, como se bons diagnósticos não dependessem dos exames. Tudo bem, o cara entende de queda de viaduto e não de dor de barriga. Também defendeu a priorização da publicidade, ou seja, da propaganda das ações do Governo em termos de saúde. Não, não estamos brincando com você, leitor: “publicidade e eficiência são as marcas da minha gestão”, foram as palavras exatas de Ricardo Barros, e não se referia à publicidade como transparência nas ações, não. Falava em investimentos, em publicidade, ou seja, em propaganda mesmo. Segundo Barros, se o SUS continuar pagando pelos exames pedidos pelos médicos (hoje, quem tem garantido a maior parte deles são decisões judiciais favoráveis a pacientes pobres, porque a ordem dos caciques do SUS é negar exames, segundo denunciam muitos médicos do sistema), estará comprometendo a universalidade (o atendimento a todos os cidadãos, necessitados ou não) em beneficio da integralidade (a responsabilidade do sistema por todo o tratamento de que o cidadão precisa). A pergunta é: e daí, sr. ministro?? Quem garantiu a universalidade foi a Constituição Brasileira, elaborada por deputados que nem sua Excelência em 1988. E universalidade sem integralidade, em termos de saúde, não significa nada. De que adianta todo mundo poder ir ao médico sem pagar pela consulta, se apenas lhe seria garantida a gratuidade da consulta, quando o caro são os exames, os tratamentos, os medicamentos? Comentando o que o ministro disse em terras estrangeiras para (mais uma) vergonha dos brasileiros, um leitor de um dos sites que publicaram a matéria resumiu: basta por um fim na corrupção dos partidos (inclusive o do nobre ministro) e seus integrantes, basta investir menos em propaganda (ao contrário do que quer o nobre ministro) que vai dar para o SUS pagar médicos, exames, tratamentos e remédios para todo mundo.


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