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Editorial - Alegria de pobre
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Alegria de pobre
Alegria de pobre

EditorialEdição 77125/07/2018

Os antigos diziam que alegria de pobre dura pouco. Na última edição do Itajubá Notícias, trouxemos uma  manchete de capa alvissareira: Itajubá está entre as 20 cidades mais felizes do Brasil. Não é pouco, considerando que o Brasil tem mais de 5.500 municípios. Para medir tal índice, a responsável pela pesquisa utilizou-se do IDH de 2013 (portanto, de cinco anos atrás), dos índices de violência (de 2018) e das 100 melhores cidades para se morar, esse de 2017. A notícia seria excelente, se não fossem duas outras manchetes que também foram publicadas na mesma edição, que informavam que, entre 2013 e 2018, ou seja, nos últimos 5 anos, a média de empregos na nossa cidade foi negativa, ou seja, não se criou novas vagas, e que a prefeitura reuniu os servidores públicos municipais para avisar que, provavelmente, os salários mensais terão de ser pagos em parcelas, em razão das dificuldades pelas quais o município vem passando. São duas notícias que, se não anulam a primeira, tornam-a menos, digamos, saborosa, até porque, se estamos tendo de parcelar os salários dos servidores e não temos criado empregos suficientes para o resto da população, essa feliz cidade perde um pouco de seu charme e, no caso específico, é mais apropriado o ditado de que alegria de pobre dura pouco, do que o de que “dinheiro não traz felicidade”. O parcelamento dos salários de servidores públicos já tem sido utilizado em grande parte dos tais 5.500 municípios brasileiros, porque os salários da maioria dos servidores são pagos mediante os repasses, pelo governo federal, das cotas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e do FUNDEB (Fundo da Educação), além do repasse da cota de ICMS, pelo Estado. O Estado de Minas não está repassando como deveria, e os repasses do governo federal, em termos reais, diminuem a cada dia, porque o FPM é calculado sobre a arrecadação do Imposto de Renda e do Imposto sobre produtos industrializados, e, com o país em autêntica e real recessão, com a economia patinando, obviamente que tanto um como outro imposto têm acentuada redução, em termos reais. Essas dificuldades nada têm a ver com as obras diversas que vem sendo realizadas no município, visto que tratam-se de recursos obtidos via convênios, em sua maioria, verbas que não estão atreladas aos chamados repasses obrigatórios (FPM, FUNDEB, ICMS). Mas que sejamos, ainda assim, uma cidade feliz, porque se nos sentirmos infelizes, tudo somente tenderá a piorar. E não duvidem: ainda pode, sim, piorar e muito.


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