Nem trataremos nesse editorial do fato de Jair Bolsonaro ter abocanhado mais de 60% dos votos itajubenses, tendo Ciro Gomes e Fernando Haddad, juntos alcançado aproximadamente 20%. A onda, que muitos passaram a considerar um tsunami, alcançou Itajubá, onde o capitão teve nada menos de 35.343 votos contra apenas 5.170 daquele que com ele disputará o segundo turno. Essa onda trouxe à praia itajubense também outro fenômeno eleitoral, nesse caso a nível do Estado de Minas, chamado Romeu Zema do novo Partido Novo, que, com sua arrancada na última semana da campanha, desbancou o governador petista do segundo turno, um vexame, diga-se de passagem, e ultrapassou próprio favorito Anastasia, já havendo quem o considere virtual eleito no segundo turno. Com isso, Leandra Machado, do partido do agora favorito Zema, que obteve nada menos do que 5.043 votos na sua tentativa de chegar à Câmara Federal, e que esteve ligada diretamente a Zema durante suas visitas a nossa cidade, poderá ter grande força num provável futuro governo Zema em Minas, o que é bom para nós itajubenses, assim como o foi a reeleição de Ulysses Gomes, do PT, que parece ter uma estrela própria e não depender da estrela petista para obter seus votos na cidade e na região, a julgar pelo pífio desempenho eleitoral de seu partido nesse pleito.
 Ricardo Mello, embora campeão de votos na cidade, com mais de 11 mil eleitores depositando sua confiança no itajubense nas urnas, não conseguiu se eleger, mas merece destaque pela força demonstrada junto ao eleitorado. Embora pertencente a um partido que, talvez, não consiga ultrapassar a chamada cláusula de barreira, a Democracia Cristã de Eymael, mostrou ser capaz de entrar numa disputa com seu carisma próprio, já que o partido, nesse caso, nada significa. O mesmo pode-se dizer de Dr. Bob, também do obscuro PSC, saindo dessa eleição, evidentemente, muito mais conhecido. Mas o mais importante ao vermos a listagem dos candidatos da terra, é que, pela primeira vez, seus votos individuais superaram os votos daqueles que tradicionalmente colhiam sua votação em Itajubá, mostrando que temos, sim, condições de levar nossos representantes ao Congresso ou à Assembleia, ao invés de ficarmos de carona em candidatos de fora do município. E isso é muito bom, e é o que fez, muito mais do que o tsunami Bolsonaro em Itajubá, com que essas eleições tenham sido memoráveis.

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