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Editorial - Dia dos Namorados
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Dia dos Namorados
Dia dos Namorados

EditorialEdição 81612/06/2019

 Alguém postou numa rede social que, na sua idade, comemora mais o dia do pagamento do que o dia dos namorados. Outro alguém comentou que, todo início de junho dá um jeito de brigar com a namorada, para pedir perdão e retomar o namoro somente no início do mês seguinte, para economizar no presente. Se no passado, os presentes eram flores, os tempos modernos – embora ainda façam a alegria de muitos donos de floriculturas – muita gente prefere um presente, digamos, mais fugaz, como uma noite ou algumas horas num bom motel. Sinal dos tempos. 
Os telejornais não perdem tempo em procurar casais que estejam juntos há 50, 60 anos ou mais, e pedir-lhes que se beijem na frente das câmeras, para mostrar ao público que o verdadeiro amor é eterno. E, por incrível que pareça, ainda tem telespectador que se emociona com tais cenas. Não é incrível porque sejam ridículas, porque não o são, mas por se acreditar que aquilo seja comum no dia a dia. 
O 12 de junho foi dedicado aos namorados ainda no auge do romantismo nacional, na década de 1940, pelo publicitário João Dória, pai do atual governador paulista João Dória Jr., que, depois, virou deputado federal em 1963 e logo foi cassado em 1964. A data escolhida, 12 de junho, ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos e Europa, onde é comemorada no dia 14 de fevereiro, adveio do fato de as vendas no comércio em junho estarem entre as mais fracas do ano, até porque as festas juninas sempre foram tradição nordestina, ou do interior de Minas e São Paulo e não nas metrópoles do sudeste ou sul do país, naquela época. 
João Dória teve, então, a ideia de criar um dia especial e que atingisse muitas pessoas. Como quase todo mundo tinha namorado (a), esposa ou marido, seria um prato cheio para alavancar o comércio. Até na música a coisa pegou: na década de 1960, a música “a namorada que sonhei”, cantada por Nilton Cesar tornou-se hit nacional e trazia em seus versos “um dia no futuro então casados/mas eternos namorados/flores lindas eu ainda vou lhe dar”. 
A geração Z já praticamente não usa o termo namorado ou namorada, para se referir ao seu par nos bailes funk ou shows da Anitta. São ficantes, peguetes ou qualquer outro termo que tenha sido criado de ontem para hoje. Mas, sem dúvidas, que a ficante ou peguete ainda espera receber do seu ficante ou pequete, não flores, porque pode achar coisa “vintage”, mas que ele não se atreva a ir buscá-la em casa nesse dia 12 sem o presente nas mãos.

 


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