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Editorial: Golpe baixo
Editorial: Golpe baixo

EditorialEdição 82331/07/2019

Ainda durante a campanha eleitoral, o filho da jornalista das organizações Globo (radio e TV), Miriam Leitão, tentou fazer uma entrevista com o então candidato Jair Bolsonaro que, alguns dias antes, durante uma sabatina comandada pela jornalista, teve de ouvir, calado, uma espécie de “editorial” ditado palavra por palavra pela direção da Globonews à Miriam, contestando a afirmação do candidato de que Roberto Marinho, o criador da Globo, em apoio ao Regime Militar instaurado em 1964. Bolsonaro deu o troco através do filho de Mirian, quando naquela entrevista, disse na cara do rapaz que sua mãe teria sido condenada e presa na década de 1970 por pertencer a uma das quadrilhas que assaltavam bancos e matavam pessoas, sob o manto de pretenderem combater o Regime Ditatorial. 
O vídeo com aquela entrevista circulou nas redes sociais, mas não fez lá muito sucesso. Durante a campanha, enquanto se recuperava no hospital da tentativa de homicídio que sofrera, seu filho Carlos tornou-se o responsável pelas publicações mais ou menos ofensivas a outros candidatos e seus apoiadores nas redes sociais. Já tendo tomado posse, tanto Carlos como o próprio presidente da República, continuaram a usar as redes sociais para lançar ofensas a desafetos e criar polêmicas, até que o pai percebeu que seu primeiro e principal projeto, até agora, para a recuperação da economia do país – do que depende sua pretensa reeleição em 2022 – seria rejeitado pelo Congresso, caso os ataques aos políticos em geral e ao presidente da Câmara em particular não cessassem, além, é claro, de ter que atender ao fisiologismo de parte de seus membros. 
Na última segunda-feira, contudo, depois de inúmeras declarações polêmicas e até inapropriadas para um presidente da República nesses poucos 7 meses de governo, Jair Bolsonaro aplicou ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) um golpe tão baixo quanto o que aplicara a Miriam Leitão e seu filho, ao afirmar que “se ele (o presidente da OAB) não sabe, ele (o presidente da República) lhe dirá porque e como seu pai desapareceu, referindo-se ao desaparecimento até hoje sem solução do pai do presidente da OAB que fazia parte, em 1974, de uma daquelas organizações de guerrilha urbana. Trata-se de um golpe baixo, envolvendo alguém que, tenha sido boa ou má pessoa aos olhos da sociedade da época, era, certamente, extremamente cara aos seus familiares, filhos sobretudo. O atual presidente esqueceu-se que, em 1979, um outro militar também na presidência, assinou a denominada lei da anistia, tentando botar uma pá de cal no passado para que o país, em paz, seguisse ao futuro, e conseguiu. Não é possível que um capitão vá, 40 anos depois, desfazer o que um general fez porque não consegue se segurar quando ouve uma crítica, venha de quem vier e as responda com golpes baixos.

 


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