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Ministério lança campanha voltada à saúde da população trans
Ministério lança campanha voltada à saúde da população trans
A ação, em parceria com o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, objetiva garantir o acesso à saúde, com respeito aos direitos de transexuais e travestis
Variedades Notícia Destaque 28/01/2016

Foi lançada nesta quarta-feira (27), no Ministério da Saúde, em Brasília, a campanha “Cuidar bem da saúde de cada um. Faz bem para todos. Faz bem para o Brasil”, com foco na saúde integral, atendimento humanizado e respeito para as travestis, mulheres transexuais e homens trans. O objetivo é informar e conscientizar toda a sociedade, bem como profissionais de saúde, trabalhadores e gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) sobre garantias ao atendimento considerando as especificidades de saúde dessa população.
 


A campanha foi desenvolvida em parceria com o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos e faz alusão ao Dia da Visibilidade Trans, comemorado em 29 de janeiro. Serão distribuídas 200 mil cartilhas e 100 mil cartazes para unidades de saúde, secretarias estaduais, conselhos de saúde, Comitês de Saúde LGBT e para os serviços de assistência social e direitos humanos que atendem a essa população nos estados. Também serão veiculadas nas redes sociais mensagens e vídeos de sensibilização e informações sobre as necessidades de saúde e os direitos das travestis, das mulheres transexuais e dos homens trans.

 


CARTILHA PARA PROFISSIONAIS - A campanha conta com uma cartilha voltada para trabalhadores do SUS, incluindo não só os profissionais de saúde como também recepcionistas e responsáveis por marcar consultas, com informações sobre a atenção integral à saúde desta população. A cartilha, que terá distribuição de 200 mil exemplares, destaca o direito de todos à saúde com respeito e sem discriminação. Aborda também orientações aos profissionais no acolhimento à população trans - como, por exemplo, que travestis e mulheres transexuais têm indicação de realizar exames para prevenção de próstata e homens trans podem necessitar de atendimento ginecológico.



O material tem como eixos centrais a garantia do acesso aos serviços de saúde dessa população, o direito ao uso do nome social no SUS e aos cuidados à saúde - em especial no que se refere ao processo transexualizador -, e dar subsídio aos trabalhadores e profissionais de saúde para prestar atendimento qualificado, considerando as necessidades específicas desta população.



LIVRO E VÍDEO - Também foi lançado o livro “Transexualidade e Travestilidade na Saúde”, que apresenta uma coletânea de artigos, com foco no desafio da promoção da equidade em saúde para a população de travestis e transexuais a partir do olhar de movimentos sociais, da academia, do serviço e da gestão. A publicação está disponível gratuitamente.



Durante o evento foi ainda apresentado um vídeo documentário sobre a saúde de pessoas transexuais, produzido a partir de depoimentos de travestis e transexuais usuários (as) do SUS e de movimentos sociais, além de gestores e profissionais que atendem nos ambulatórios específicos do processo transexualizador. Para mais informações, acesse o site de apoio à campanha.



PROCESSO TRANSEXUALIZADOR - O SUS oferece acesso aos procedimentos do processo transexualizador. São realizadas cirurgias de redesignação sexual (mudança de sexo), mastectomia (retirada de mama), histerectomia (retirada de útero), plástica mamária reconstrutiva (incluindo próteses de silicone) e tireoplastia (extensão das pregas vocais para mudança da voz), além de terapia hormonal. 
 


Os procedimentos são realizados no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; HC de Goiânia, da Universidade Federal de Goiás; HC de Recife, da Universidade Federal de Pernambuco; HC da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; e no Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
A realização do processo transexualizador depende, inicialmente, de avaliação e acompanhamento ambulatorial com equipe multiprofissional, que inclui consulta com psicólogos, por exemplo. Para o (a) usuário (a) ter acesso aos procedimentos ambulatoriais é preciso ter, no mínimo, 18 anos. Para as cirurgias, somente a partir de 21 anos. Além disso, após o processo cirúrgico é realizado um ano de acompanhamento do paciente pelas equipes.



Fonte:Agência Saúde
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