Com a aproximação do feriado prolongado, as pessoas já começam a se deslocar para cidades por todo o Brasil. Junto com as viagens e as festas, vem também o acúmulo de lixo descartado inadequadamente. O que muita gente esquece é que esses resíduos podem se tornar criadouros para o Aedes aegypti, transmissor dos vírus da Dengue, Zika e Chikungunya.
Em 2015, só nos bairros de Pinheiros e Vila Madalena, em São Paulo, agentes de limpeza urbana recolheram mais de 78 toneladas de lixo nos primeiros dias do Carnaval, segundo a Prefeitura. Entre os detritos, estavam diversos materiais que propiciam o acúmulo de água parada e a formação de criadouros do mosquito, como copos e garrafas.
Outro fator que é agravado nesta época do ano é o aumento de turistas nos locais onde já existe maior incidência de casos envolvendo o vírus, o que pode gerar surtos ainda maiores. “O trânsito de pessoas por regiões onde há mais casos, como o Zika no Nordeste e a Dengue no Sudeste, por exemplo, podem propagar essas doenças e levá-las para outras regiões”, explica o infectologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, José Ribamar Branco.
De acordo com o especialista, atualmente não existe alternativa melhor para prevenção dos três vírus que o combate ao mosquito que os transmite. “Não há um tratamento específico para essas doenças e, muitas vezes, os pacientes sequer apresentam sintomas bem definidos. A dengue já conta com uma vacina aprovada pela Anvisa e o diagnóstico precoce é importante, mas eliminar o mosquito é a forma mais eficaz de lutar contra a Dengue, a Zika e a Chikungunya. Para ajudar a localizar e exterminar os focos dessas doenças, as pessoas podem colaborar com o governo, que conta com o trabalho de agentes para combater os vírus”, ressalta.
Para Branco, a população não deve se descuidar nem nos dias de folga e também não pode deixar de procurar um médico caso apareça algum sintoma, que são parecidos entre si “É fundamental procurar um médico e realizar o diagnóstico precoce para evitar as complicações que esses vírus podem acarretar”, recomenda.
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