Na relação entre causa e efeito, nem sempre vale a máxima de que a toda ação corresponde uma reação igual em sentido contrário. Itajubá parece estar vivendo a estranha situação quanto ao incremento da Covid-19 em nosso município, principalmente no cada vez mais elevado número de falecimentos em sua decorrência. Afinal, o que estaria acontecendo, apesar de todas as medidas que foram tomadas no decorrer do ano passado e nas últimas semanas do ano atual, até agora, para tentar conter esse avanço, que está levando Itajubá a ser a recordista de infecções e mortes em relação a cidades de porte igual ou superior na região sul mineira? O Itajubá Notícias publicou, na primeira página com enorme destaque na sua edição de 03 de março, semana passada, todas as medidas que a prefeitura itajubense teria tomado, até com um (médio) lockdown, como ocorreu no ano passado, que, ao que tudo indica não estariam produzindo efeito. Esta história de que a culpa seria do carnaval que não houve, mas que jovens se reuniram clandestinamente, e, daí, autoinfectaram-se e passaram a transmitir o vírus aos mais velhos, já não cola, com o perdão dos especialistas. Ora, é evidente que, até que efetivamente se vacine pelo menos 2/3 da população, por questão lógica, não há solução mágica ou sacrificante para uma doença cujo agente causador pode ser encontrado – embora nunca visto – em qualquer lugar. A Covid-19 e seu agente causador ainda serão objeto de muito estudo no futuro. Lockdowns, toque de recolher, fique em casa, use álcool gel são todas medidas paliativas e no mundo inteiro vimos isto. Se a Inglaterra – que está entrando na nova fase do vírus, segundo o noticiário – conseguiu tranquilidade até duas semanas atrás, quando o primeiro ministro britânico resolveu, de novo, fechar tudo, foi porque ela é a produtora de uma das vacinas e a está usando com proficiência, numa população que é equivalente e menos da metade da brasileira, espalhada num território que tem uma extensão de cerca de 3% do nosso. Mesmo assim, volta a enfrentar a fúria do vírus. Aborrecer-se com perguntas sobre tema tão importante como a saúde num momento de pandemia não é a melhor forma de esclarecer a população, mesmo que não se tenha resposta satisfatória para elas. Numa situação destas, a falta de resposta satisfatória pode ser e é perfeitamente compreensível. O que não é compreensível é o destempero.

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