Depois de criar muitos problemas para a população com um programa mal elaborado e mal executado que somente trouxe aborrecimentos – e, pior, multas – para os cidadãos que precisam estacionar seus veículos nas vias públicas por ela gerenciadas, a empresa Comtempo, que fora contratada pela Prefeitura de Itajubá para implantar e gerenciar o sistema de estacionamento rotativo, parece que terá, de fato, seu contrato rescindido. Um sistema que nunca funcionou decentemente e somente trouxe reclamações e revoltas – essas, evidentemente, dirigidas às autoridades municipais que a contrataram, responsáveis, em ultima análise, pelo péssimo serviço prestado – finalmente parece que vai terminar seus dias. Quando foi criada no início da década de 1990, portanto há 25 anos, a Zona Azul era gerenciada quase que artesanalmente por uma instituição filantrópica. Meninos e meninas com idades suficientes, lógico, para assumirem tais responsabilidades, ficavam ao longo das calçadas das principais ruas e avenidas onde o estacionamento público era cobrado e recebiam dos motoristas, diretamente, o valor pela hora parada, fornecendo-lhes os cartõezinhos que eram postos nos para-brisas dos veículos, controlando o tempo. Não havia aplicativos de celulares nem qualquer sistema eletrônico, e a coisa dava certo. Em países desenvolvidos, como Estados Unidos ou Inglaterra, há os parquímetros, aparelhos absolutamente simples colocados ao longo das vias, nos quais o sujeito coloca uma moeda ou ficha que o aciona contando o tempo que permite ao usuário permanecer estacionado. Policiais ou guardas municipais fazem a vigilância. Não há qualquer sistema complicado, tudo muito simples. Aqui no Brasil, contudo, inventamos equipamentos que nem no chamado primeiro mundo querem usar. E dão no que deu o sistema implantado nos estacionamentos rotativos públicos de Itajubá. A atitude da Prefeitura de Itajubá, tomada, aliás, muito tempo depois do que já deveria tê-lo sido feito, de rescindir o contrato com a empresa, é extremamente correta, mesmo que traga algum prejuízo, já que, para evitar uma injusta briga judicial que a empresa ameaça provocar contra o Município, está procurando fazer a rescisão de forma amigável. Esperemos que os próximos gerenciadores do estacionamento pago em Itajubá não queiram reinventar a roda, porque, por mais que se tente, roda reinventada sempre sairá quadrada.
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