No dia 26 de março de 1968, no antigo Hospital das Clínicas de São Paulo, considerado um dos melhores hospitais do mundo, o cardiologista Euryclides de Jesus Zerbini realizava, com sucesso, a primeira cirurgia de transplante de coração na América Latina, apenas cinco meses após haver sido realizada a primeira no mundo pelo médico. Crhistian Barnard, da África do Sul. O paciente sobreviveu 28 dias, devido a complicações outras, mas o fato despertou nossa comunidade científica para o investimento nessa área da medicina, chegando a criação, pela mesma Universidade de São Paulo, à qual pertencia e pertence o Hospital das Clínicas, do Instituto do Coração, hoje referência mundial no tratamento de doenças cardíacas. Naquele mesmo ano e apenas um mês depois do feito de Zerbini, criava-se em Itajubá a Faculdade de Medicina da AISI – Associação de Integração Social de Itajubá, que viria a tornar-se uma das mais respeitadas do país, e logo a seguir o Hospital Escola vinculado à faculdade, com a doação de recursos pela comunidade itajubense.
Embora nos orgulhássemos da nossa mundialmente da famosa Efei – Escola Federal de Engenharia de Itajubá (atualmente Universidade) e muito devêssemos a nossa Santa Casa de Misericórdia, nosso hospital centenário, a Faculdade de Medicina e o Hospital Escola tornaram-se o “xodó” dos itajubenses. Apesar dos grandes cardiologistas que saíram dos bancos acadêmicos da Faculdade e iniciaram suas carreiras de sucesso absoluto no Hospital Escola, passaram-se 48 anos desde que pela primeira vez o coração de uma pessoa bateu no peito de outra, para que nosso Hospital viesse a receber credenciamento para realizar transplantes de coração, como noticiou com exclusividade o Itajubá Notícias na última edição. Temos, agora, e finalmente, nosso Hospital do Coração, que, desde aquele março de 1968 bate no coração dos itajubenses.
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