“Não podemos negar que por mais forte que seja o nosso grupo, nosso adversário também é muito forte, tem uma história política e uma administração muito bem avaliada”. As palavras desta frase (que, ao contrário do que alguns possam pensar, não está fora do contexto geral de seu discurso), saíram da boca do deputado Estadual Ulysses Gomes, do PT, durante discurso que fez na convenção que celebrou a coligação REDE, PTB, PSD, PT, PSDC, PTC, PDT e PTN, no último dia 31, para lançar as candidaturas de Ricardo Mello/Ricardo Meloni a prefeito/vice nas próximas eleições. O “nosso adversário”, ao qual referiu-se Ulysses Gomes, certamente, não é Renata França, do PSTU, mesmo porque ela ainda não tem “uma administração muito bem avaliada” para apresentar aos eleitores. Por óbvio que os caciques e paxés dos partidos coligados presentes ao evento não devem ter aplaudido entusiasticamente essas palavras do representante do PT na coligação, um representante, aliás, nada desprezível dado aos cargos que ocupa na Assembléia Legislativa de Minas, para a qual foi eleito com nada desprezível votação em 2014, sem depender de “Tiriricas” ou “Enéias” da vida para garantir-lhe uma cadeira. Não é a primeira vez que Ulysses diz o que pensa, mesmo de seus adversários, e “na lata” dos seus aliados, sequer se importando se estão ou não disputando eleições. Ao lado das palavras vem as atitudes, como a mais recente, quando interferiu para que a Copasa não fechasse seu escritório em Itajubá, lutando, para tanto, ao lado do atual prefeito e de todos quantos não queriam seu fechamento, sem se importar com siglas partidárias, mas com o fato de que um deputado está em Belo Horizonte (ou Brasília) para defender os interesses do povo de sua cidade ou região. Ulysses, em seu discurso no dia 31, não minimizou a força de um grupo político cujos candidatos são apoiados por ampla coligação partidária, e conta em suas fileiras com dois ex prefeitos, um dos quais, pelo menos, deixou a Prefeitura depois de dois mandatos consecutivos com altíssimo índice de aprovação. Mas, ao mesmo tempo, não minimizou, também, a boa avaliação que vem tendo o candidato à reeleição junto ao eleitorado. Ou seja, com franqueza, lealdade e sem “meter o pau” no adversário, como é comum entre adversários em eleições, hipotecou seu apoio pessoal – e, de resto, do partido que representa – ao grupo ao qual se uniu. Não é a primeira vez que age dessa forma, nem nas palavras, nem nas ações. Mantendo-se assim, independe do partido ao qual pertença e por mais desmoralizado que esse partido esteja diante da nação (como, de resto, a imensa maioria também está), cacifa-se para cargos maiores que a cadeira que agora ocupa.
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