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Editorial - Virou festa
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Virou festa
Virou festa

EditorialEdição 62119/08/2015

Estamos começando a perder as esperanças que o movimento das ruas em protesto contra o governo petista vá dar, realmente, algum resultado prático. O movimento popular ocorrido no último domingo, 16, nem de longe se pareceu com o de 15 de março passado. Não em termos numéricos, mas em seriedade. O movimento espontâneo de 15 de março demonstrou a revolta da população de uma forma que, realmente, assustou o governo petista. Era, em tudo e por tudo, uma manifestação recheada de seriedade. As manifestações de 16 de agosto, porém, mais se assemelhou as divertidas Paradas do Dia do Orgulho Gay, na avenida paulista e nas outras cidades. A despeito de faixas exigindo o impeachment de Dilma Roussef ou sua  renuncia, tipo “fora Dilma e leve o PT junto”, ou de clamor de alguns pela intervenção militar, vimos gente fantasiada de Super Homem ou Homem Aranha, e uma miscelânea de cartazes com odes ao juiz Sérgio Moro e outras palavras de ordem, que, no meu entender, simplesmente transformaram as manifestações em verdadeira festa, como um carnaval fora de época nas ruas e avenidas brasileiras. Se é certo que, de um lado, viu-se um boneco gigante de Lula vestido como presidiário ostentando os números 13-171 (referência ao PT e ao artigo do Código Penal que tipifica o crime de estelionato), em Brasilia, e outras faixas e cartazes envolvendo, dessa  vez ao contrário de 15 de março, Renan Calheiros e até o desafeto de Dilma, Eduardo Cunha, na mesma panela, de outro lado, a população acabou aceitando tranquilamente a presença de políticos no seio das manifestações, a exemplo de Aécio Neves em Belo Horizonte (onde até discursou) e do ex vice candidato na sua chapa, em Brasilia, o que não ocorreu em março, quando políticos foram rechaçados pelos manifestantes.  Foi facilmente notado que a coisa não prosseguiria no mesmo tom que em março, quando vimos os partidos políticos, na televisão, convocando o povo para as manifestações de agosto. É certo que não haverá impeachment algum. O Tribunal de Contas da União não vai recusar as contas de Dilma Roussef, desde que, na contramão das decisões anteriores envolvendo prefeitos e governadores, abriu, mais uma vez, um novo prazo para que Dilma explique as tais “pedaladas fiscais” (no fundo, uma bobagem técnica) que já teria explicado há mais de 15 dias atrás. E o fêz politicamente, porque atendendo um pedido do atual aliado de Dilma, Renan Calheiros. A cassação do mandato pelo Tribunal Superior Eleitoral, também é uma ilusão, mesmo se for reaberto o processo movido pelo PSDB. A possibilidade seria a renúncia “levando o PT junto”, como querem as ruas. Mas, se as manifestações perderem o caráter de revolta, para se transformarem em festas, nem isso tem chance de ocorrer.


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