Domingo, 9 de agosto, segundo domingo do mês, será o Dia dos Pais. Curioso: para o comércio brasileiro, os dois dias mais movimentados do ano são o Natal e o Dia das Mães. Depois viria o Dia dos Namorados, e não o Dia dos Pais. No passado, o pai era visto pela família como o sujeito provedor da casa, não propriamente como o trocador de fraldas, o cozinheiro, o faxineiro que muitos, na verdade, acabavam sendo, porque muitos deles cuidavam, sozinhos, de seus filhos, dado a ausência, por quaisquer motivos, da figura materna. O problema é que a maioria deles era visto como aquele que deixava o dinheiro em cima da mesa e desaparecia, durante o dia, no trabalho, à noite pelos bares com os amigos – ou coisa pior – e, nos fins de semana, pelos estádios de futebol da vida. Em casa, somente tinha olhos para o jornal ou, de novo, para o futebol na TV. Os filhos eram problema da mãe. Talvez esse estereótipo do pai do passado – e, sejamos francos, de muitos ainda do presente – tenha feito com que o segundo domingo do mês de agosto seja menos especial do que o segundo do mês de maio, e até do 12 de junho, mesmo que não caia num domingo. Esse segundo domingo de agosto, tanto no passado como ainda no presente, somente se faz mais sentido para muitos, quando o almoço parece com o da segunda-feira, porque na mesa não está  aquele que estaria sendo homenageado. Quando “naquela mesa, está faltando ele, e a saudade dele está doendo”, como no poema de Sérgio Bittencourt. Que a todos aqueles que ainda tenham ele na mesa do próximo domingo, e, quiçá, de todos os dias, o Dia dos Pais seja, também, o Dia dos Filhos.

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