A Prefeitura está instalando na cidade câmeras de vigilância nas ruas e acesso grátis à internet pelo povo. As câmeras destinam-se, sobretudo, à própria Segurança Pública, razão pela qual a despesa com suas aquisições a manutenções é absolutamente defensável. Quanto ao acesso grátis à internet, caberia, no mínimo, uma discussão sobre o tema. No mundo atual, sobretudo nos países desenvolvidos ou “em desenvolvimento”, três são as manias nacionais: automóvel, celular e acesso à rede mundial de computadores, a famosa internet. Deixemos para um outro dia a discussão sobre automóveis e celulares. Para muitos, o acesso à internet tornou-se fundamental. Profissionais de todos os ramos da atividade econômica – à exceção dos chamados “trabalhadores braçais”, talvez – vivem num mundo tão competitivo que a informação, obtida de forma imediata através dos diversos canais da internet, é capaz de levar um indivíduo ou empresa ao pleno sucesso em questão de pouquíssimo tempo ou a falência em menos tempo ainda. Para quem procura o conhecimento, os diversos sites de informações dos mais variados ramos da cultura são fonte fundamental para o desenvolvimento intelectual. O problema é que a imensa maioria não se utiliza da internet para tais fins, mas para saber as fofocas dos artistas da TV ou do próprio vizinho através do Facebook. Quem se utilizará, nas vias públicas, da internet de graça não será o estudante, não será o empresário, não será o trabalhador que vai caminhar pelas ruas dando cabeçadas em postes porque estará lendo informações importantes no aparelho que carrega enquanto transita entre um e outro compromisso. O serviço de internet grátis, que na verdade não tem nada de grátis porque a população, com um todo, até mesmo aquele que nem sabe, ainda, o que é um computador, estaremos pagando, não tem nem terá a utilidade real para a sociedade, para nossa economia. Servirá apenas, na quase totalidade dos acessos que permitirá, para puro entretenimento. Se esta é a ideia, tudo bem. Se não é, e parece que não é, então esse grátis está muito caro.

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