O estacionamento da Câmara Municipal de Itajubá, na praça Amélia Braga, que deixou de ser praça desde que o prédio deixou de ser o Fórum, na década de 1970, fica fechado nos fins de semana. O prefeito Rodrigo Riera sugeriu que fosse aberto para uso da população nesses dias. Na verdade, aberto para uso geral. Somente serviria de estacionamento para quem vai de carro à praça Theodomiro Santiago ou ao comércio do Calçadão aos sábados, porque é quase impossível encontrar uma vaga para estacionarmos nas ruas próximas. Não dá para praticar qualquer atividade de lazer na área do estacionamento da Câmara, porque é um área em declive. Portanto, não serviria, como serve o Minhocão (Elevado Costa e Silva), em São Paulo, ou o Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, nem mesmo a av. Afonso Pena, em Belo Horizone, que ficam, em parte, fechados para trânsito de veículos e servem de áreas de lazer à população nos fins de semana. A sugestão do prefeito não é má, nem poderia ser. Afinal, do que serve um estacionamento destinado a servidores e usuários de um prédio público, quando a repartição não está funcionando? Além do mais, o espaço público, e todo espaço público é, em última análise, do povo e não há motivo algum para que o povo não o utilize livremente quando não está reservado para determinado fim específico. No caso, o estacionamento de veículos durante o expediente normal da repartição pública. Bom mesmo teria sido não acabar com a bela praça, com árvores, gramados e bancos que havia até o final da década de 70, para dar lugar a duas dezenas, se tanto, de veículos. Mas, como será quase impossível, na prática, que os vereadores aceitem acabar com o conforto de seus carros para dar lugar ao conforto e lazer da população – crianças e adolescentes, sobretudo os que residem nas proximidades – acabando com o estacionamento e reconstruindo a praça, pelo menos que permitam sua utilização nos fins de semana.

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