Em recente propaganda política do PPS, daquelas que somos obrigados a assistir nos intervalos das programações do horário nobre, o presidente do partido, o atual deputado Roberto Freire,  diz que “se o Parlamentarismo existisse no Brasil, o governo já teria caído há muito tempo” em razão dos escândalos de corrupção. Freire, na verdade, não foi eleito deputado federal nas eleições de 2014, mas apenas suplente, pelo estado de São Paulo, estando hoje na condição de deputado porque o titular da cadeira, providencialmente, foi chamado pelo governo paulista a ocupar uma secretaria de estado. Roberto Freire não é paulista. Fez toda a sua carreira política pelo estado de Pernambuco, onde nasceu, viveu e ainda vive. Como José Sarney, que viu suas chances de ser eleito senador pelo seu estado do Maranhão minguarem há alguns anos e tratou de transferir seu título eleitoral para o Amapá, por onde continuou a ser eleito e manter-se no Congresso até recentemente, Roberto Freire tratou de ocupar uma brecha que viu surgir na esquerda política de São Paulo, depois que perdeu as eleições no seu estado natal em 2006 e somente conseguiu retornar, por São Paulo, em 2010, sequer conseguindo se reeleger em 2014, ficando como suplente. Trago esse resumo da vida política do sr. Roberto Freire em razão, exatamente, de ele vir propor, agora, que o governo petista – que ele um dia apoiou vigorosamente – estar fazendo água por todos os lados, o Parlamentarismo, ou seja, o governo através do Congresso Nacional, tornando o presidente da República figura meramente representativa e sem qualquer poder. A tese de Roberto Freire, aliás, foi encampada pelo atual presidente da Câmara, Eduardo Cunha, contra quem o Supremo Tribunal Federal autorizou a instauração de inquérito para apurar seu suposto envolvimento nos escândalos de corrupção. Eu quero que o PT se lixe, que dona Dilma pegue seu Lula e, junto com os Genoinos, Dirceus e Paloccis da vida, embarquem para a Venezuela, para Maduro ver o que é bom para a tosse. Mas, daí a deixar o Executivo nas mãos dos Cunhas, Tiriricas, Bolsonaros, Felicianos e Renans da vida é demais.

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