A Dengue vitima milhares ou milhões de pessoas no Brasil desde que se tornou verdadeira epidemia há, pelo menos, 20 anos atrás, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso, quando José Serra era o Ministro da Saúde e acabou vítima política da absoluta incapacidade do governo do qual fazia parte de combater, efetivamente, o problema, legando-o aos governos de Lula e de Dilma que também não tiveram a capacidade de solucioná-lo. Muito embora saibamos que grande parte da culpa pela situação que vem sendo vivida por todas as cidades do país – e Itajubá, agora, não é mais exceção – é dos governantes, não restam dúvidas de que tem faltado, sim, compreensão da população para sua gravidade com ausência de atitudes para, pelo menos, minimizar o problema. Qualquer criança de escola primária, como aquele menino de oito anos, já sabe que o criadouro do mosquito da Dengue são pequenos, minúsculos ou grandes reservatórios de água limpa e parada. Mesmo assim, não vigiamos os tanques, as garrafas ou mesmo as tampinhas das garrafas que mantemos em nossos quintais. Quem tem piscina em casa, luxo sempre pouco usado, também parece pensar que o mosquito lhe pedirá licença para ali botar seus ovos. Proprietários de terrenos baldios – e isto há de sobra – não se preocupam em verificar se estão acumulando água das chuvas em pequenos buracos, mas, apenas, em cercá-los ou murá-los para não serem invadidos, mas o tal de Aedes não respeita muro de ninguém. O verdadeiro comodismo que nos assola é o mesmo que nos leva a pensar que jamais sofreremos um acidente de carro, mesmo dirigindo a 140 km por hora numa estrada sem condições, ou jamais seremos infectados pelo vírus da Aids, porque são coisas que só acontecem nas famílias dos vizinhos. A verdade é que somos, mais ou menos, todos culpados por estes 20 anos de batalhas que vimos perdendo para um pequeníssimo mosquitinho. Culpados até mesmo por não chamarmos atenção daqueles que estão, com sua falta de atitude, colocando nossas vidas e de nossos filhos em sério perigo apenas porque achamos que cumprimos nossa obrigação virando as garrafas vazias de cabeça para baixo, e não temos nada a ver com as garrafas vazias acumuladas no quintal do vizinho.
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