Não sabemos se o leitor concordará conosco, mas, pelo teor da entrevista publicada na ultima edição do Itajubá Notícias, concedida pelo Dr. Pedro Bezerra, delegado Regional de Polícia, estamos quedados a crer que a situação do crime em Itajubá piorou, embora pareça haver melhorado. Segundo dados trazidos pelo delegado Regional, a criminalidade na nossa cidade teria se reduzido em 11% (onze por cento), porém, os crimes violentos teriam aumentado cerca de 5% (cinco por cento). Ora, isto não nos parece, exatamente, uma boa noticia, já que denota que, enquanto os “ladrões de galinhas” estariam mais, digamos, sossegados, os homicidas, latrocidas (aquele que mata para roubar ou para tentar encobrir o roubo), os que cometem roubos (que são a subtração de coisa alheia mediante violência ou grave ameaça à própria pessoa roubada), os estupradores, etc…, sem falarmos no tráfico de drogas, teriam aumentado consideravelmente, já que o percentual de 5% (cinco por cento) de acréscimo não é pouca coisa, não. Furtos (onde não há violência contra as pessoas), estelionatos (que são crimes da suposta “esperteza” de uns sobre outros, normalmente mais humildes) e uma gama de outros delitos teriam diminuído e muito, porque 11% de redução também não é pouca coisa. Mas o que poderia ser uma boa notícia, vê-se obscurecida pela má – e muito má – noticia de que a violência em Itajubá continua em ritmo ascendente, demonstrando que, enquanto está se conseguindo prevenir crimes menores, os autores de crimes maiores (não em ganhos auferidos, mas em horror e sofrimento produzido) não estariam se intimidando com as ações preventivas policiais. Se estão havendo ações repressivas, com prisões dos envolvidos em tais crimes, é outra história. O verdadeiramente importante, para a sociedade, não é ver um criminoso na cadeia, mas que não hajam criminosos ou que, se houver por intenção, que tal intenção não se transforme em ação. A sociedade não quer a punição de quem quer que seja, muito embora queira que aquele que comete o crime seja efetivamente punido até para que sirva de exemplo, mas quer paz. E a paz somente se consegue com ações que efetivamente previnam a ocorrência do crime, o que somente teria sido conseguido em relação aos crimes menores. Então, que diga o cidadão: a situação melhorou ou piorou?
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