Novembro de 2011. O médico Jorge Mouallem exercia seu mandato de prefeito itajubense, conquistado nas eleições de 2008. Desde janeiro de 2009, quando tomou posse, aborrecido com uma simples pergunta de uma jornalista do Itajubá Notícias, Jorge e seus auxiliares mais próximos passaram a atacar, através e com o total apoio de duas rádios itajubenses, não apenas o próprio jornal, como seu diretor. O episódio da vinda da equipe do programa CQC, da Rede Bandeirantes de Televisão, em virtude da denúncia do abandono de um ônibus comprado com dinheiro do Ministério da Saúde, noticiado em primeira mão pelo IN, ajudou a entornar o caldo do relacionamento. Naquele novembro de 2011, numa tarde quente, inspirado no triste exemplo da presidente argentina, que semanas antes mandara tropa de choque de fiscais invadirem um jornal portenho que a criticava, o prefeito itajubense determinou, ou ratificou a determinação de seu secretário, que uma tropa de choque, com nada menos do que cinco fiscais de tributos da Prefeitura, adentrasse a sede do IN e outros dois o escritório de contabilidade que prestava seus serviços à empresa, para coletar documentos com o objetivo de verificar o regular recolhimento pela então empresa editora do Itajubá Notícias do ISS – Imposto Sobre Serviços. Com base naquela documentação, o prefeito determinou à sua Procuradoria Jurídica que instaurasse uma Ação Fiscal que, absurdamente, apurou que o Itajubá Notícias devia, supostamente, ao município, uma elevadíssima quantia em impostos não recolhidos. Acontece que a legislação federal, expressamente, isenta as publicações jornalísticas de divulgação de propaganda de pagar o ISS aos municípios. Ou seja, a veiculação de propaganda em jornais não é fato tributável. Mesmo assim, o então prefeito determinou à sua Procuradoria Jurídica que entrasse na Justiça com uma ação de cobrança contra a empresa, caso que ainda não foi decidido pelo Judiciário. Foi na mesma época que o então procurador jurídico do então prefeito, obedecendo – ou com o conhecimento de seu chefe, comandou outra tropa de choque, desta vez invadindo os estúdios da rádio Futura FM, que transmitia o programa jornalístico Itajubá Notícias, comandado pelo diretor do jornal, e que possuía, como o próprio, linha editorial independente. A invasão à rádio Futura FM deu-se em virtude da absurda, ilegal, arbitrária cassação de seu alvará de localização, sob o ridículo argumento de que a fundação à qual é vinculada não teria sede em Itajubá, mas em outra cidade. A rádio Futura FM ficou fora do ar por pouquíssimo tempo, sendo seus transmissores religados por determinação judicial, para vergonha dos seus algozes. Pois bem. Desde a semana passada, estamos ouvindo numa certa rádio local que, ao que parece, a única coisa que lhe sobrou de jovem, foi o nome, e em certo órgão da imprensa escrita itajubense que lhe faz par, um grita geral contra os que alegam ser sonegadores de informações pela atual administração municipal. Chegou-se a um ponto tal, que uma nota publicada no site daquela rádio informa que o secretário de Comunicação Social da Prefeitura teria confessado a sonegação de informações de forma proposital. Duvidamos, com sinceridade, da veracidade de tal nota. Talvez tenha havido um engano em sua redação, porque não seria possível, até mesmo por questões de inteligência, que um secretario dissesse tal bobagem, mesmo que, por hipótese, fosse verdadeira. Mas o fato puro e simples é que, naqueles anos de 2009 a 2012, e, sobretudo, nos tristes episódios de 2011, quando aconteceram os fatos que narramos acima, tanto envolvendo arbitrariedades contra o Itajubá Notícias, como envolvendo arbitrariedades contra a rádio Futura FM, todas por parte dos então responsáveis pela administração municipal, nenhum órgão de imprensa, seja escrita, seja falada, divulgou uma única notinha de apoio, seja ao jornal, seja à rádio invadidos. Pelo contrário, demonstraram, embora discretamente, apoio às ações arbitrárias praticadas contra o IN e à rádio Futura FM. Hoje, sem que tenham sido vítimas de quaisquer atos arbitrários como os praticados contra nós, julgam-se vítimas de supostas e não comprovadas sonegações ou dificuldade de obter informações oficiais, quando o jornalismo competente não pode, nem deve, depender do que alguns chamam de benesses da informação. Empresa jornalística e profissionais do jornalismo competente correm atrás da notícia, investigam, procuram por suas fontes. O que temos visto, e muito, por aqui, são hipócritas da imprensa, que calam-se diante das arbitrariedades praticadas contra órgãos concorrentes, e choram as mágoas quanto à sua própria incompetência.
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