https://www.high-endrolex.com/15

Editorial - Começamos mal
VOLTAR AO TOPO
Editorial
HOME
EDITORIAL
Começamos mal
Começamos mal

EditorialEdição 59007/01/2015

Tornou-se, digamos, chique e de bom tom nos meios supostamente intelectuais brasileiros nos últimos anos, falar mal de tudo o quanto se refira ao período da chamada Ditadura Militar, iniciada com o golpe de 1964 e que durou até março de 1985. Tudo bem, não somos chiques, muito menos supostamente intelectuais e, portanto, permitimo-nos trazer à tona um exemplo, vindo de um ditador da época, o presidente general Ernesto Geisel. Cara normalmente fechada, aparentando certo mau humor, Geisel costumava puxar as orelhas de seus ministros dentro do gabinete presidencial, a portas fechadas, quando não concordava com declarações ou atitudes de alguns deles. Em público, contudo, fazia questão de divulgar que os apoiava. Se a falha repetia-se ou era por demais perturbadora, demitia-o algum tempo depois. No período de seu governo (1974/1979), quem acompanhava a política nacional percebia que um ministro estava com os dias contados quando o porta voz da presidência lhe tecia elogios a mando do presidente. Este tipo de atitude – o puxão de orelhas privado – foi esquecido por alguns presidentes da era democrática pós-ditadura. Itamar Franco desautorizou publicamente o presidente da Petrobras e o Conselho Nacional do Petróleo durante seu curto governo, quando, anunciado pela companhia um aumento no preço dos combustíveis, com autorização prévia do CNP, o presidente da República, num de seus atos populistas e demagógicos, simplesmente determinou que se voltasse atrás e cancelasse o aumento, numa situação vergonhosa para o presidente da estatal. No dia 2 de janeiro deste 2015, o novo ministro do Planejamento disse que estaria estudando uma nova fórmula de correção do salário mínimo para vigorar à partir de 2016. Não disse qual a nova fórmula, mesmo porque ainda estaria em estudos, mas garantiu que não haveria perda para os trabalhadores. A presidente Dilma Roussef, que já se encontrava descansando na Bahia, o desautorizou em público, e obrigou-o a dar nova declaração, dizendo que nada mudará, ou seja, não haverá nova fórmula. Poderia ter dado o puxão de orelhas em seu ministro por telefone, ou no gabinete, assim que retornasse a Brasília, mas o fez em público e, pior, o obrigou a desmentir-se. Começamos mal este segundo mandato. Podem não gostar de generais no poder político, e, muito menos, até nós mesmos, não gostamos de ditaturas. Mas, convenhamos, tinham mais educação do que alguns democratas que andam pululando em Brasília.


DEIXE SUA OPINIÃO







Seu comentário estará sujeito à análise

COMENTÁRIOS (0)



https://www.high-endrolex.com/15

Desenvolvido por Traço Leal Créditos

Jornal Itajubá Notícias R. Dr. Américo de Oliveira, 241 | Centro | Itajubá - MG | CEP 37500-061