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Editorial - Sobre Soledade, imprensa e o odor fétido do infeliz
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Sobre Soledade, imprensa e o odor fétido do infeliz
Sobre Soledade, imprensa e o odor fétido do infeliz

EditorialEdição 75107/03/2018

A imprensa não surgiu com Gutemberg, o inventor da prensa que possibilitou a produção em série de textos informativos ou didáticos. Surgiu com a fofoca, o boca a boca, desde que o Homem aprendeu a se comunicar com seus semelhantes. E, desde a Pré-História, sempre houve quem transmitisse uma informação pretendendo exercer sobre quem a ouvia a influência no sentido de que o ouvinte passasse a pensar como o informante, muitas das vezes envolvendo terceiras pessoas. Isso, ao longo dos séculos e milênios, tornou-se a razão de ser da mal imprensa escrita, falada, televisada. Para esses homens ou mulheres que conduzem a informação da fonte ao público, o que importa é, sempre, o escândalo, a maledicência, seja com o intuito meramente econômico-financeiro, faturando às custas da desgraça alheia que lançam como penas ao vento, seja com o intuito passional, a tentativa de desmoralizar perante seus pares outros cidadãos. Quando envolve a passionalidade política ou interesses inconfessáveis, torna-se o órgão que divulga o suposto fato e seu responsável insusceptíveis de credibilidade. E, assim, caindo cada vez mais no ostracismo, tornam-se, ao mesmo tempo mais e mais ferozes e mais e mais infelizes. A cara sempre fechada, o mal humor esbanjando-se como o suor fétido dos constantemente raivosos, que leva ao abandono dos convivas ao mesmo tempo em que novos convivas surgem ao seu lado, porque têm interesse momentâneo naquela passionalidade, passando o passional a ser, para aqueles, mero instrumento que será, fatalmente, também por eles abandonado, quando não mais lhes for útil. Aquele que informa com passionalidade, termina infeliz. Aliás, talvez tenha sido sempre infeliz. Na semana passada, divulgou-se que um delegado de polícia viera a Itajubá para diligências acerca de denúncias de supostas irregularidades na contratação dos serviços da Zona Azul, quando a Prefeitura contratara empresa privada para geri-la (hoje a própria Prefeitura administra o estacionamento rotativo pago no município). O fato, sem dúvida, seria notícia. Mas a notícia fora trazida a público de forma a levar esse público, que merece respeito, a concluir pela culpa inconteste de quem ainda está sob o início de uma investigação. Mais ainda, a notícia veio de forma a atingir quem sequer tem qualquer relação com os fatos narrados na matéria, por puro passionalismo, por puro despeito pelo sucesso alheio e fracasso próprio do noticiante. A imprensa é formadora de opinião, mas alguns não entendem a expressão ‘formadora’, que quer dizer que deve-se informar com honestidade de propósitos, transmitindo ao cidadão leitor, ouvinte, telespectador, os dados da maneira mais completa possível para que ele próprio forme sua opinião, e não receba, pronta, a opinião passional dos infelizes, dos derrotados que transmitem a notícia que, assim, não é notícia, mas fofoca.

 


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