É natural que os parlamentos, sejam de que nível forem, discutam durante certo tempo a implementação de um projeto qualquer. São diversos os interesses normais ou espúrios envolvidos. O parlamento itajubense, contudo, parece querer brincar com a opinião pública nesse vai e vem de propostas para a composição da Câmara Municipal que deverá tomar posse no dia 1º de janeiro de 2021.
Nosso Município já teve tantos vereadores no plenário da Câmara quantos possamos imaginar. Já tivemos 9, 10, 15 e 17 membros no Legislativo, desde os anos 1960. Os 17 que agora sentam naquelas cadeiras decorrem de uma grande discussão há um ano antes das eleições que os levaram a elas. Não se passou um ano para que recomeçassem as discussões sobre o número de vereadores ideal para nossa Câmara, na visão dos políticos, porque na visão do povo já se sabe qual o resultado. Agora, depois de praticamente terem decidido que seriam 11, volta-se a discutir o número mínimo por força da Constituição, ou seja, os tais 9.
A manchete da edição anterior do Itajubá Notícias retrata bem o que se passa: “parece esculhambação”. Aliás, parece não, é uma esculhambação. Nossos valorosos Edis estão brincando com coisa séria. Ninguém, na verdade, até agora, com um mínimo de real lógica, conseguiu explicar porque 17, 10, 11 ou 9. A impressão que se tem é que jogam com qualquer número, para criar uma discussão em torno do assunto, ou que, para eles, tanto faz, ou, pior, que quanto menor o número de vereadores, mais dinheiro sobrará para aumentar os salários dos que conseguirem ficar.
No governo Collor de Mello, dizia-se que a sua equipe econômica tirou “na sorte” qual o valor além do qual deveria ser bloqueado nas contas correntes, de investimentos e até poupança dos brasileiros, naquele maldito plano econômico. Os homens que custam um bom dinheiro para os cofres públicos de Itajubá, parecem que também estão tirando na sorte, a cada semana, com um dadinho, o número de vereadores que os sucederão, para terem assunto na reunião seguinte. E não são brincadeiras nos gabinetes ou no Plenário que a população que paga-lhes os salários e toda a estrutura da qual dispõem, espera deles.
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