Entramos, desde hoje, 20 de março de 2019, num novo século. Não a humanidade, mas nós, os itajubenses. Hoje é o primeiro dia do resto das nossas vidas e das vidas de todos que nos seguirão, pelos próximos séculos. Itajubá entra no seu 3º Século de existência, desde sua fundação, desde que Padre Lourenço da Costa trouxe em sua bagagem a imagem de Nossa Senhora da Soledade que hoje encontra-se na nossa Igreja Matriz. 
Progredimos e muito. Tivemos tropeços e muitos. Mas chegamos até aqui como um polo de desenvolvimento no sul de Minas – já fomos o maior desses polos há poucas décadas atrás – e de todo o Estado. Orgulha-nos não apenas nossa rede de ensino superior, médio, fundamental e até profissionalizante, como o fato de abrigarmos desde o início da década de 1980 a única indústria aeronáutica de helicópteros da América Latina. 
Na última semana, as redes sociais trouxeram críticas e, descartando as meramente de cunho ou motivações políticas, muitas merecem total atenção das nossas autoridades. Itajubá precisa, ainda, de muita coisa. Já fomos uma das cidades mais seguras do Estado, com um baixíssimo nível de criminalidade violenta, e não fazem muitos anos. Hoje, apesar do Batalhão da Polícia Militar e de a Polícia Civil haver se encorpado com diversas delegacias especializadas, a criminalidade aumentou, puxada pelo tráfico de entorpecentes. 
Temos desemprego que precisa ser combatido, embora não seja tão elevado como em milhares de outras localidades brasileiras. Temos problemas de infraestrutura, principalmente nos bairros da periferia. Não experimentamos, felizmente, escândalos de corrupção nos meios político administrativos, e tomara que jamais nos tornemos notícia na imprensa nacional em razão de fatos tais, mas a população demonstra, em cada enquete que se faça, não estar satisfeita, principalmente, com a atuação de parte do Legislativo, e essa insatisfação não tem a ver como o comportamento pessoal de um de seus membros que, recentemente, se envolveu na esfera criminal. 
Passadas as comemorações por atingirmos, orgulhosamente, nosso bicentenário, é hora de voltarmos a arregaçar as mangas para que nenhuma das constatações das dificuldades que hoje enfrentamos, sejam motivos de novas reflexões pelos nossos netos ou bisnetos quando comemorarem o terceiro centenário.

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