O estacionamento pago nas vias públicas em Itajubá, recriado recentemente pela prefeitura, não é novidade. A chamada Zona Azul foi criada na administração de Saulo Germiniani (1993/1996), e os recursos auferidos serviam para ajudar o CEVAMI – Centro de Valorização do Menor de Itajubá, uma instituição criada sob liderança do então vereador Luiz Gonzaga, cujos meninos eram postos para vigiar e arrecadar as taxas de estacionamento para trabalharem no comércio e na indústria. Um programa social que deu certo por muito tempo, ajudando famílias pobres e jovens a evitarem a marginalidade, muito antes do bolsa educação ou bolsa família. Acontece que a cobrança trazia um problema jurídico: já que a prefeitura cobrava pelo estacionamento, ficava responsável pela segurança do veículo estacionado na via puública. Nas administrações Francisco Marques (1997/2004), o programa foi deixado de lado, até não se ouvir mais falar no Ceami, nem na Zona Azul. Recriada agora não a instituição de ajuda aos meninos, mas a cobrança pelo estacionamento desapareceram, num primeiro momento, os carros estacionados nas principais vias da cidade, justamente naquelas e que vigora a cobrança, como mostrou o IN em reportagem da semana passada.
O dinheiro anda curto, e poucas pessoas estão dispostas a pagar para estacionar seu veículo numa via pública, na qual, apesar da responsabilidade legal da prefeitura que cobra pelo estacionamento, sabe-se que o veículo estará tão seguro como quando estacionava-se sem pagar nada. A questão central é que há a cobrança, sem a contrapartida de quem cobra, ao contrário do que ocorre com os pedágios nas estradas, onde o cidadão pode até achar que a tarifa é cara, mas não se importa em pagar porque tem, de fato, estradas melhores e com mais segurança e serviços à disposição. Por outro lado, se a intenção da prefeitura é melhorar o trânsito nas principais e atulhadas vias da cidade, e não simplesmente arrecadar mais dinheiro do cidadão, pelo menos por enquanto o objetivo está sendo atingido com sucesso, já que as ruas e avenidas está se vendo livres de tantos veículos estacionados. O problema que pode surgir daí é que o custo da manutenção da Zona Azul pode ser maior do que a arrecadação proporcionada, e a prefeitura ficar no prejuízo. Poderá acontecer, também, de que com o tempo, os motoristas acostumarem-se a pagar e voltarem a estacionar normalmente os veículos nas áreas da Zona Azul. O tempo dirá se a Zona continuará sendo desta cor, ou virará Zona morta
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