No ultimo fim de semana, a Folha de São Paulo publicou que na garagem do prédio do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília, há,  jogados em prateleiras ou pelo chão, mais de 8 mil processos aguardando julgamento, a maioria há mais de 10 anos!! E não é só: nesse verdadeiro entulho, encontram-se simples petições dos advogados esperando serem anexadas aos processos há mais de dois anos, para depois serem despachadas pelos juízes. A imensa maioria desses processos tratam de questões envolvendo a previdência social, ou seja, são cidadãos reclamando benefícios da previdência que lhes foram negados pelo INSS. A pergunta que fica no ar é: Por quê essas petições não foram até agora anexadas aos processos? Por quê os advogados que deles deveriam cuidar não reclamaram de tamanho descaso?? Porque, certamente, perderam a esperança no andamento dos processos que lhes foram confiados pelos clientes, alguns deles, talvez, até mesmo já falecidos. A reportagem-denuncia veio na esteira de outra, que tratava de um embate entre o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e os juízes federais: o CNJ quer apertar a meta de processos a serem julgados pelos juízes, e estes reclamam que não têm como cumprir a nova meta, porque não dispõem de material técnico nem humano para cumprir a missão. Falta desde simples material de expediente, até computadores e funcionários. Para quem não sabe, a Justiça Federal da 1ª Região interessa diretamente aos itajubenses, porque inclui Minas Gerais, Bahia, Espirito Santo, Distrito Federal e Goiás. Ou seja, se você tem uma causa que começou em Pouso Alegre, pode até ser que seu processo esteja naquela garagem de Brasilia. Quando ainda não havia a Vara da Justiça Federal em Pouso Alegre, um cidadão itajubense muito conhecido entrou com uma ação contra a União em Belo Horizonte, no ano de 1998. Ganhou a causa em primeira instância em 2002, e em segunda Instância (lá no TRF da 1ª Região) em 2006. Mas, na verdade, até agora seu processo não terminou. Vivemos numa situação que lembra a piada do presidente paraguaio que, ao ser questionado pelo colega brasileiro sobre o por quê de o seu governo ter um ministro da Marinha, se o pais não tem mar, respondeu: - ora, e vocês não têm um ministro da Justiça???

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