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Editorial: Vacinar ou não vacinar?
Editorial: Vacinar ou não vacinar?

EditorialEdição 91519/05/2021

Qualquer remédio pode fazer mal a quem,  por qualquer deficiência própria, venha a tomá-lo. Nem todo mundo pode se medicar numa simples dor de cabeça com o popular Dorflex, por exemplo, porque contém dipirona e esse medicamento pode causar sérios efeitos desastrosos a algumas pessoas. O mesmo acontece com vacinas, que, se a rigor não são medicamentos – porque a vacina não visa curar nada, mas prevenir o mal – também podem trazer efeitos colaterais leves, desconfortantes, graves ou letais. Até agora esse não é o caso das vacinas postas em disponibilidade no Brasil, de prevenção contra a Covid-19. Houve, sim, em algumas partes do mundo, reações adversas de alguns poucos pacientes contra uma ou outra, especialmente em mulheres grávidas que acabam por serem mais susceptíveis a reações a vacinas e medicamentos em virtude das peculiaridades da gravidez. Não fossem certos órgãos de imprensa internacionais –e nacionais – que adoram transformar qualquer problema em escândalo, o mundo talvez nem tomasse conhecimento dos problemas pontuais havidos. A coisa funciona como no transporte aéreo: acidentes acontecem, não são comuns de acontecerem diante do enorme número de voos que são realizados todos os dias no mundo inteiro, mas, quando acontecem, faz-se um escândalo tamanho que até urubu fica com medo de voar por algum tempo. As vacinas contra a Covid-19, até agora, não produziram, evidentemente, nenhum efeito positivo visível, porque começaram a ser ministradas no mundo inteiro recentemente e precisam de um tempo, até mesmo de uma segunda dose a ser aplicada, para que se vejam os resultados, mas, quando produzem, ainda que seja um único caso em algum lugar do mundo, uma reação adversa no paciente, o conhecimento é imediato, e, portanto, a imprensa mundial fica ávida para divulgá-lo, porque o que é ruim vende jornais e dá audiência. Não há mal em nos vacinarmos, até porque é de graça e nem sequer a injeção é na testa. Mas, se o governo não pode nos obrigar a nos vacinar sob a mira de armas, poderá dificultar a vida de quem não venha a se vacinar, como controles para viagens, sem que isso possa ser visto como afronta ao direito de ir e vir. Vacinar, portanto, se não fizer efeito somático, fará psicológico: nenhum vizinho vai te olhar feio porque você estará sem máscara, se você andar com o cartão de vacinação pendurado no pescoço.


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