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Variedades - Editorial: A casa da mãe Joana
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Editorial: A casa da mãe Joana
Editorial: A casa da mãe Joana

VariedadesEdição 90906/04/2021

Aulas são autorizadas pelos chefes dos Executivos municipais ou estaduais, ou por alguns deles. Numa cidade ou estado haverá aulas, noutros não. A título de exemplo, o prefeito de Aparecida do Norte poderia autorizar o início das aulas, enquanto o de Guaratinguetá, ambas no estado de São Paulo e unidas por uma avenida, não autorizaria. Ficaria difícil explicar ao seu filho que, da janela veria seus amiguinhos vindo de suas escolas numa cidade, enquanto ele próprio não estaria tendo aulas, principalmente se seu apartamento ou casa for na divisa, que não existe, entre as duas. Mas o juiz de uma das cidades decidiu desautorizar o prefeito, e proibiu as aulas, já no segundo dia do ano letivo que deveria ter se iniciado, enquanto o juiz da outra cidade resolveu atender o pedido dos diretores das escolas de lá e autorizou, contra a determinação do prefeito, que as aulas recomeçassem. O Brasil virou a casa da mãe Joana nas questões envolvendo a pandemia Covid-19, desde que o STF decidiu que ao governo federal, caso não quisesse obedecer aos ditames da “ciência” desde o início do ano passado, deveria, apenas prover as necessidades dos governadores e prefeitos, aos quais competiria, cada um a seu modo, decidir sobre as ações a serem implementadas em seus estados e municípios. Polícias militares foram chamados pelos governadores para descerem a lenha nos moradores de cidades cujos prefeitos não seguissem as ordens do governo estadual, e guardas municipais foram chamados pelos prefeitos para descerem a lenha em quem não respeitasse os decretos que expedia, mesmo que no resto do Estado a orientação do governador fosse diferente. Surgiram os abusos constantemente vistos pelas redes sociais, com pais, mães ou avós de famílias sendo humilhadas e tendo seus produtos jogados ao chão por quem tem salário garantido no final do mês, e até presos. Na última segunda-feira, diante de uma ação contra o toque de recolher promovida por um deputado estadual mineiro contra o decreto do governador, o Tribunal de Justiça convocou todos os interessados – menos ao povo, é claro – para uma audiência de conciliação. Desta audiência ficou acordado entre o governador, o ministério público, o deputado e seja lá mais quem for, que nesta quarta feira deverão fazer um acordo. Entenderam?? Liguem não, é muito difícil explicar o que se passa na nossa casa da mãe Joana.


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