Neste período de estiagem percebe-se proliferação de focos de incêndios em pontos estratégicos em Itajubá todo ano. Um deles é a região do BPS (próximo do Hotel Coroados), além da área próxima à Prefeitura (fotos). Diante disto, a reportagem do jornal Itajubá Notícias foi até a sede do Corpo de Bombeiros para saber o porquê de sempre estarem ocorrendo nestes locais. Segundo o subtenente Jayme Custódio, estes locais são de fácil acesso. “Não há nenhuma barreira que impeça a entrada de qualquer pessoa nestes terrenos. Estes locais são muito frequentados por usuários de drogas principalmente próximo ao Hotel Coroados. No ato do consumo da droga acaba colocando fogo. Esta é uma das causas. Em outras situações, o proprietário do terreno prefere atear fogo do que pagar alguém para fazer a limpeza manual. Esse tipo de ação é muito frequente na área urbana”, disse o subtenente.
De acordo com o subtenente, foram 153 focos de incêndios no município de janeiro até a data de 15 de agosto. No mesmo período do ano passado foram 133 focos (20 a menos). “O hábito de juntar lixo e queimar é frequente em Itajubá. A pessoa coloca fogo, se ausenta do local e o vento faz com que o incêndio atinja outras áreas”.
Decreto e multa
O decreto municipal 8430 de 2021 publicado pela Prefeitura prevê que quem causar incêndios dentro da zona urbana ou rural entre os dias 7 de maio a 7 de novembro em Itajubá pagará multa de até R$ 8 mil. “O Comitê está intensificando as fiscalizações para impedir que aconteça. Mesmo que o proprietário do terreno não tenha provocado o incêndio ele é responsabilizado”.

Identificação do crime
“Muitas das vezes a pessoa faz de forma velada/escondida. Se ela não for pega no momento, em flagrante fica complicado. Porém, a Prefeitura através da Guarda Municipal e Polícia Militar, está resgatando imagens dos locais que possuem câmera (principalmente na área urbana) e está sendo feita a identificação dos autores”, explica Jayme, que cita o caso de um incêndio próximo à Prefeitura na avenida Pontoneiros da Mantiqueira através da placa de uma motocicleta os autores do incêndio foram identificados. “Se o cidadão conhece o infrator ele também pode fazer a denúncia através do 181”.
Subtenente Jayme comenta que caso um incêndio em terreno se espalhe e atinja casas, animais ou até mesmo pessoas o responsável pode ser penalizado e até preso. “Orientamos as pessoas para que elas não utilizem o fogo para limpeza de seus terrenos. Pode ser procuradas empresas com máquinas ou até mesmo de forma manual (enxada ou roçadeira). Junte o lixo e acione a concessionária que recolha este material”, diz ao IN.
Deslocamento de um incêndio para outro
“Quando o incêndio é dentro da área urbana fica mais fácil porque a gente se desloca com viatura. Se for um lote vago vamos com um caminhão de combate ao incêndio com seis mil litros de água. Quando é área mais afastada/rural nos deslocamos até uma área próxima do incêndio, deixamos a viatura e vamos a pé. Às vezes dá duas ou três horas de caminhada. Muitas vezes estamos num atendimento e acontece outra ocorrência. Quando é algo mais grave os militares que estão de folga são acionados. O efetivo diário é de seis militares. A escala é de plantão de 24h. Três vão para a ocorrência”. 

Água suficiente
“O caminhão de seis mil litros de água se for uma operação contínua dura cerca de uma hora. No perímetro urbano há os hidrantes públicos. Acabou a água fazemos o reabastecimento. Em Itajubá temos 39 deles e nas cidades da região uma em cada município”, finaliza subtenente Jayme ao IN.

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